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Ex-deputada brasileira apresenta-se à polícia após ser alvo de mandado de prisão

A ex-deputada federal brasileira e pré-candidata à prefeitura do Rio de Janeiro Cristiane Brasil apresentou-se na sexta-feira à polícia, após ter sido alvo de um mandado de prisão na manhã do mesmo dia.

Em causa está a segunda fase da Operação Catarata, que investiga atos de corrupção ocorridos entre 2013 e 2018 e que culminou na detenção, na manhã de sexta-feira, do secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, por alegados desvios em contratos de assistência social no Governo estadual e na capital ‘fluminense’.

Cristiane Brasil, filha do presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, e que faz parte dos investigados na Operação Catarata, não se encontrava em casa quando a polícia chegou à sua porta.

A ex-deputada é também pré-candidata à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais marcadas para novembro e já reagiu à operação nas redes sociais dizendo que se trata de uma manobra para a afastar da corrida eleitoral.

No passado, a política brasileira foi nomeada ministra do Trabalho no Governo de Michel Temer (2016-2018), mas o Supremo Tribunal Federal anulou a nomeação devido aos seus problemas com a Justiça.

Cristiane responde por atos alegadamente praticados entre maio de 2013 e maio de 2017, quando assumiu secretarias municipais nas gestões dos prefeitos do Rio de Janeiro Eduardo Paes e Marcelo Crivella.

A caminho da polícia, a ex-deputada publicou um vídeo na rede social Instagram, e que, entretanto, foi apagado, em que afirmou que acredita no trabalho da Justiça.

“Um absurdo que denúncia antiga de 2012, 2013, esteja a ser cumprida agora. Um mandado de prisão preventiva contra mim faltando dias para eleição. Isso num momento em que a minha candidatura se fortalece. Creio que tenha interesse político nesses atos que acontecem. A minha consciência está tranquila de que a justiça será feita e os factos serão esclarecidos a meu favor”, disse a pré-candidata.

Já o Ministério Público informou que as investigações começaram no ano de 2019, na Controladoria Geral Estadual, que detetou a ocorrência de fraudes.

Segundo as investigações, Cristiane Brasil recebia subornos em dinheiro vivo, através de depósitos em contas de outras pessoas, que posteriormente devolviam os valores para a ex-deputada, e também em depósitos nas suas contas pessoais.

Além de Critiane Brasil e Pedro Fernandes, foram também alvo de mandados judiciais de prisão preventiva o ex-diretor de administração financeira (DAF) da Fundação Leão XIII João Marcos Borges Matos, o empresário Flavio Salomão Chadud e o pai deste, Mario Jamil Chadud.

A ação de sexta-feira tem como alvo os contratos de assistência social em que os investigadores acreditam terem ocorrido desvios de dinheiro entre 5% e 25% do seu valor, que custam no total aos cofres públicos cerca de 120 milhões de reais (cerca de 19,1 milhões de euros).

Os investigadores suspeitam que o alegado esquema também incluiu secretarias municipais da cidade do Rio de Janeiro, cujo prefeito, o bispo evangélico Marcelo Crivella, que se recandidata ao cargo, também foi alvo de uma outra operação anticorrupção realizada esta semana.

O Rio de Janeiro vive uma grave crise institucional, tanto na administração da sua capital, quanto no executivo regional.

O governador do estado, Wilson Witzel, está há cerca de duas semanas suspenso do cargo pela Justiça, após se ver envolvido num outro caso de corrupção relacionado com desvio de dinheiro da área da saúde.

Os dois candidatos favoritos às eleições para a Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella e o ex-prefeito Eduardo Paes, também enfrentam várias investigações por corrupção.

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