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Forças Armadas da África do Sul podem ser enviadas para Cabo Delgado

O interesse da potência vizinha de Moçambique em aniquilar os terroristas que andam a espalhar o caos na província tem dois focos: segurança regional e investimento de uma multinacional sul-africana na exploração do gás natural

O governo sul-africano pode estar a preparar-se para enviar os seus militares para a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, para ajudar o país vizinho a livrar-se da ameaça terrorista que já causou mais de mil mortos, cerca de 250 mil deslocados e 2 milhões de pessoas afetadas a nível fronteiriço.

Segundo o The Africa Report, a África do Sul está concentrada nas atividades do grupo radical islâmico Ahlu Sunnah Wal Jammah, conhecido localmente como Al Shabaab, mas que não tem quaisquer ligações às milícias da Somália com o mesmo nome. Este grupo pretende edificar as suas próprias mesquitas e madrassas (escolas islâmicas) para espalhar o seu dogma radical.

A análise neste artigo de fundo é feita pelo Professor de Ciência Política Theo Neethling, da University of The Free State.

O artigo refere que um grupo sul-africano de consultores de segurança, o Dyck Advisory Group, estará a dar apoio ao governo de Moçambique no dossiê Cabo Delgado.

O intesse da África do Sul no conflito, que parece estar fora do controlo das forças governamentais de Moçambique, assenta em dois focos: segurança regional e interesses económicos. A multinacional sul-africana Sasol, uma petroquímica, investiu em grande na exploração dos projetos de gás natural em Cabo Delgado desde 2014, refere o artigo do Thje Africa Report.

A questão da segurança fronteiriça também é essencial para a África do Sul. Durante décadas, esta potência africana tem recebido um fluxo ilegal de milhares de moçambicanos, saturados das difíceis condições económicas no seu país. O problema é que o país vizinho lida também neste momento com uma enorme crise económica e de desemprego e não tem condições para acolher mais moçambicanos em fuga.

O envolvimento político da África do Sul será praticamente inevitável, uma vez que a Comunidade de Desenvolvimento dos Países do Sul no continente já tomou a decisão de ajudar Moçambique a acabar com os ataques dos radicais islâmicos.

O conflito ameça por completo a segurança regional. Moçambique tem fronteiras com a Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbbué, África do Sul e Eswatini. Quatro destes países estão confinados a terra e dependem de Moçambique como porta de entrada para outros mercados.

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