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Libertação de mafiosos gera polémica em Itália

Possibilidade de infeção por Covid-19 tem levado à prisão domiciliária de alguns presos de alto risco

O surto do coronavírus levou a algumas tomadas de decisão por parte de alguns governos no que a prisões diz respeito, concretamente a libertação de alguns detidos. Em Itália, por exemplo, e onde o Covid-19 levou à morte de mais de 30 mil pessoas, o governo deu ordem de prisão domiciliária a várias centenas de pessoas, algumas das quais pertecentes à máfia, algo que preocupa agora os cidadãos, como relata o New York Times.

Na semana passada, 376 presos foram transferidos das suas celas de prisão de alta segurança para prisão domiciliar e numa altura em que o coronavírus é notícia por todo o mundo, foi o regresso a casa de algumas das grandes figuras condenadas por crime organizado que fez notícia de primeira página.

Esta medida não gerou bem estar dentro do próprio governo italiano, tanto da oposição como membros da maioria, que acreditavam que os mafiosos estavam a usar esta pandemia como um meio para saírem da prisão. Aliás, de acordo com estes, o regresso dos mafiosos às suas casas era um “claro sinal de que a Itália estava a relaxar na sua luta contra o crime organizado”.

“A máfia alimenta-se de sinais. Permitir que um chefe da máfia regresse ao seu território é uma mensagem de retirada, de fraqueza, algo que a máfia pode explorar”, disse Giancarlo Caselli, um dos mais famosos procuradores gerais anti-máfia em Itália.

Três saídas polémicas de mafiosos

Entre os 376 detidos que foram sujeitos agora a prisão domiciliar estão três que estavam sob medidas de segurança máxima: Francesco Bonura, 78, chefe da Cosa Nostra da Sicília; Vincenzino Iannazzo, 65 anos, líder de Ndrangheta da Calábria; e Pasquale Zagaria, 60, um membro da camorra napolitana. O seu regresso a casa, contudo, não foi pacífico, sobretudo porque já estavam em regimento de isolamento dentro das respetivas prisões.

“Se estavam isolados não iriam apanhar o coronavírus, pois estavam inacessíveis. Não tinham contacto com a família, advogados. Só se mostravam atrás de um vidro à prova de balas, a saúde estava absolutamente segura”, considerou Lirio Abbate, ativista anti-máfia que escreve para a revista L´Espresso.

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