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O CENTRO QUE QUER MUDAR MENTALIDADES

 

Depois de um investimento de 135 milhões de dólares americanos num projeto ambicioso de modernização, o Centro Internacional de Convenções e Exposições Suntec em Singapura tornou-se no destino MICE “mais avançado da Ásia a nível tecnológico”. Em entrevista ao Plataforma Macau, o diretor executivo deste espaço, Arun Madhoc, diz que esta é uma indústria cada vez mais “exigente” e que é preciso “evoluir à medida que os nossos clientes vão evoluindo”. O crescimento da concorrência na Ásia não assusta o responsável. A localização do Suntec é “ideal” e “faz com que seja muito difícil a competição”.

 

PLATAFORMA MACAU – O Suntec Singapore celebra 20 anos. Como olha para o desenvolvimento deste centro nestas últimas duas décadas?

ARUN MADHOC – Abrimos as portas em 1995 e fomos pioneiros em Singapura na criação de um centro integrado de negócios. Desde aí, temos assistido a várias mudanças na economia global, em Singapura e na indústria MICE. O nosso centro foi-se desenvolvendo para dar resposta às necessidades dos nossos clientes. Terminámos recentemente um projeto geral de modernização de 180 milhões de dólares de Singapura (135 milhões USD), que nos colocou no topo da indústria MICE e fez do nosso centro o espaço de convenções e exposições mais avançado da Ásia a nível tecnológico.

Os organizadores e delegados foram-se tornando cada vez mais exigentes e, por isso, aumentou a complexidade dos eventos e cresceu o número de acontecimentos que combinam conferências e exposições. Também temos assistido a uma crescente procura de flexibilidade e, por isso, espaços como o Suntec Singapore têm de evoluir à medida que os nossos clientes vão evoluindo. Por esta razão, com o nosso projeto de modernização criámos espaços flexíveis, que se podem personalizar e que podem oferecer uma experiência total e pessoal, onde tudo simplesmente funciona.

Nos últimos anos, a indústria MICE tem evoluído muito também no aspeto tecnológico. As pessoas esperam cada vez mais manter-se ligadas ao mundo e isso faz com que internet gratuita seja hoje obrigatória e não uma opção extra. Oferecemos internet gratuita a todos os visitantes, sem qualquer restrição. Podemos ter ligados simultaneamente mais de seis mil aparelhos em qualquer parte do centro.

 

P.M. – Qual diria que é grande vantagem do Suntec em relação a outros centros de convenções e exposições?

A.M. – Este é um centro reconhecido internacionalmente, com uma localização perfeita, espaço ideal, flexibilidade e tecnologia de ponta. Conta ainda com o apoio de uma equipa qualificada, motivada e com uma cultura de trabalho.

Ao longo destes anos recebemos 18 mil eventos, incluindo algumas das maiores convenções e exposições de todo o globo. Posso dizer-lhe que, só em 2011, o centro recebeu mais de de sete milhões de visitantes.

 

P.M. – Já venceram vários prémios internacionais. O Suntec foi recentemente reconhecido pelos World Tourism Awards como líder mundial na indústria. Que significado têm estas distinções?

A.M. – Trabalhamos muito porque queremos poder vir a ter uma influência positiva na indústria das convenções. Esperamos contribuir para uma mudança na forma como as pessoas olham para este setor. Acredito que aqueles que participam num evento no centro saem satisfeitos com o que oferecemos aos nossos clientes e à indústria em geral.

O fato de termos sido considerados o líder mundial da indústria MICE confirma que estamos no bom caminho e a ter um impacto.

 

P.M. – E quais são os planos para este ano?

A.M. – Agora que concluímos toda a modernização do espaço, queremos aproveitar ao máximo as nossas instalações e partilhar com os nossos acionistas o retorno deste novo modelo de negócio.

Nos próximos três ou quatro anos, o nosso objetivo é continuar a elevar o padrão, trabalhando com os nossos clientes e oferecendo-lhes uma experiência única, onde tudo pode funcionar.

Introduzimos todas estas novidades tecnológicas que são uma vantagem inédita e que queremos ir melhorando para poder estar sempre à frente.

À medida que a prestação de serviços evolui, assistimos também a um crescimento do negócio. Anunciámos recentemente 100 eventos principais para 2015, além de outros acontecimentos previstos para este ano e para os próximos.

 

P.M. – A concorrência na Ásia está a crescer com a construção de novas instalações MICE em várias cidades da região. Quais são os maiores desafios para Singapura em geral e para o Suntec em particular?

A.M. – O mercado está a crescer em Singapura e na Ásia. Novos hotéis entram em funcionamento – só no ano passado abriram 35 hotéis, trazendo uma nova capacidade ao mercado. Mas, o foco da indústria é realmente oferecer os espaços certos, oferecer uma escolha aos potenciais clientes.

No entanto, mesmo sendo Singapura a casa de vários centros de convenções, a verdade é que, paradoxalmente, as oportunidades de negócio têm crescido. Apesar da concorrência aumentar por causa de centros alternativos ou da existência de outras regiões a apostar no setor, em Singapura continua a ser fácil fazer negócio. Tudo funciona aqui e isso torna a organização de eventos mais fácil.

Estamos numa localização privilegiada, mesmo no centro da área de negócios de Singapura, no coração da cidade que é líder asiática de eventos integrados. Esta posição ideal faz com que seja muito difícil a competição.

Ao longo dos tempos, as novas tecnologias também têm tido a capacidade de desafiar o nosso mercado, embora nem sempre da forma como as pessoas esperam. Por exemplo, estão a dar-se largos passos no mundo virtual, mas estes ainda não substituem os eventos porque continua a existir uma grande procura pelo espaço físico. Por outro lado, começam-se a criar aplicações que tornam estes centros mais acessíveis, como é o caso do Google Maps.

Nós também utilizamos tecnologia para planear os nossos eventos. Lançámos um portal online, que permite ao cliente, por exemplo, visualizar e gerir o espaço escolhido para a organização de um evento ou selecionar um menu para os seus serviços de Comidas e Bebidas ou para escolher a decoração do espaço ou o equipamento de audiovisual.

 

P.M. – E estratégias para lidar com a concorrência?

A.M. – O nosso objetivo é claro: queremos ser um centro de convenções onde é fácil fazer negócio. Criámos algo que as pessoas julgaram não ser possível. Temos o nosso edifício e as instalações da forma que precisamos. A nossa missão passa agora por ensinar os clientes a aproveitar ao máximo as nossas instalações e a encontrar a forma de criar experiências únicas e personalizadas.

 

P.M. – Depois da construção, a indústria MICE é um dos setores onde há mais desperdício. Que políticas sustentáveis é que foram pensadas e criadas por este centro? 

A.M. – Estamos totalmente empenhados em dirigir um negócio sustentável e amigo do ambiente. Como parte da nossa visão de sustentabilidade, construímos funcionalidades ecológicas que inserimos diretamente no ADN do nosso centro. Graças aos investimentos significativos que fizemos em tecnologias verdes, alcançámos um maior nível de eficiência energética e hídrica.

Desenvolvemos um sistema inteligente de gestão do edifício para controlar as funções básicas do Suntec a partir de uma localização centralizada. Isto significa, por exemplo, que há menor desperdício com a iluminação ou com o ar condicionado que não é necessário, já que monitorizamos de forma ativa o centro e desligamos os serviços em espaços que não estejam a ser utilizados.

Estamos a otimizar o uso de eletricidade através de uma nova área centralizada de refrigeração. Na área das comidas, trocámos a cozinha a gás pela de indução, o que permite diminui o calor gerado e reduzir as medidas de ventilação necessárias para manter o edifício a uma temperatura ideal.

Também temos trabalhado com a Alpha Biofuels, uma companhia local, para dar aos resíduos sólidos urbanos uma nova vida como uma forma sustentável de energia.

O nosso telhado foi desenhado exclusivamente com um sistema de poupança de água, que vai recolhendo a água da chuva e que irriga parte das 900 árvores que estão plantadas na área de Suntec City.

Anualmente recolhemos cerca de 39 milhões de litros de água da chuva. Isto equivale aproximadamente ao volume de água necessário para encher 14 piscinas olímpicas.

 

Catarina Domingues

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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