Ainda sem resultados definitivos, a contagem dos votos prossegue em Moçambique e confirma, oficiosamente, a vitória de Filipe Nyusi e do seu partido, a Frelimo.
Enquanto o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) moçambicano manteve o compromisso de respeitar o prazo de 15 dias para a divulgação dos resultados finais das eleições gerais, contagens paralelas da votação de 15 de outubro confirmam as vitórias de Filie Nyusi para a Presidêncoa, e do seu partido, a Frelimo, para o parlamento.
A última estimativa do Observatório Eleitoral, uma organização não governamental moçambicana, aponta para os seguintes quadros de resultados:
Afluência: 51%
PRESIDENTE
Nyusi 58%
Dhlakama 35%
Simango 8%
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Frelimo 57%
Renamo 32%
MDM 10%
Outros 2%
DEPUTADOS
Frelimo 143
(191, na última legislatura)
Renamo 82 (51)
MDM 25 (oito)
Estas projeções foram baseadas em contagens efetuadas em 84% dos postos de votação e levam em conta que, como habitualmente, a Frelimo elege os dois deputados do círculo do exterior.
SUCESSO DE DHLAKAMA
Os candidatos presidenciais da Frelimo, Filipe Nyusi, e da Renamo, Afonso Dhlakama, obtiveram melhores votações do que os seus partidos na corrida parlamentar. Dhlakama superou a Renamo em 3% dos votos e Nyusi alcançou mais 1% do que a Frelimo.
Segundo o Boletim do processo Político de Moçambique, na província de Sofala, onde Dhlakma obteve uma maioria dos votos, um sétimo dos seus eleitores escolheram o Movimento Democrático de Moçambique (MDM, uma dissidência da Renamo) para o parlamento.
E, de acordo com a mesma fonte, um sétimo dos eleitores que, em Maputo, votaram Nyusi, dvidiram depois o seu pela Renamo e MDM nas eleições para o parlamento, que se realizaram em simultâneo.
Segundo as projeções, Dhlakama obterá entre 40% e 50% dos votos em cinco províncias – Nampula, Zambézia, Manica, Tete e Niassa.
DIVULGAÇÃO “DENTRO DO PRAZO”
O STAE moçambicano manteve o compromisso de respeitar o prazo de 15 dias para a divulgação dos resultados finais das eleições gerais, apesar de problemas relacionados com o apuramento dos votos.
“É prematuro avançar com a ideia de que os prazos para a divulgação dos resultados poderão estar comprometidos. Estamos a trabalhar com o horizonte legal de 15 dias para o anúncio dos resultados finais”, disse o porta-voz do STAE, Lucas José.
A mesma fonte adiantou que os órgãos eleitorais de nível distrital onde surgiram problemas na contagem dos votos estão a trabalhar para ultrapassar a situação.
O apuramento dos resultados ao nível distrital conheceu durante o fim de semana atrasos e problemas em vários pontos do país, incluindo contagens finalizadas mas não afixadas em vários distritos das províncias de Sofala e da Zambézia.
Segundo o boletim, que conta com uma rede de 150 jornalistas em todo o país, o apuramento esteve interrompido no fim de semana no distrito de Mocuba, na Zambézia, devido ao desaparecimento de sete editais para a Assembleia Provincial e de 16 para as legislativas, e na cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, aconteceu o oposto, ao surgirem 234 editais quando apenas existiam 178 mesas de votação.
Ao apuramento distrital, segue-se o escrutínio ao nível de cada uma das onze províncias do país, o que pode demorar mais cinco dias, antes do anúncio dos resultados oficiais preliminares pelas entidades eleitorais centrais, em Maputo, que ocorre até 15 dias após a votação, ou seja, até 30 de outubro.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.