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FEIRAS DE PRODUTOS DE MACAU COM “FALTA DE PROMOÇÃO”

 

Participantes da Semana Dinâmica de Macau, uma ação de promoção de produtos de Macau no exterior, queixam-se da falta de divulgação local destas ações. Nas feiras, em vez de distribuidores, aparecem transeuntes, diz João Tique, responsável pela exportadora de vinhos portugueses TopWine, que participa regularmente nestas atividades. “Para não perder completamente o investimento [da viagem], as empresas acabam também por vender produtos ao público no local”, nota o empresário.

 

Da baixa histórica de Macau para o Centro de Convenções e Exposições de Shenyang, a tradicional carne seca fatiada da Heong Kei Iok Kon quer conquistar o consumidor chinês. A empresa, fundada em 1969 e uma das primeiras do género a abrir as portas em Macau, participa há várias edições na Semana Dinâmica de Macau, uma feira de promoção que leva centenas de produtos do território a várias regiões da China continental.

O evento, organizado desde 2009 pela Associação de Convenções e Exposições de Macau (MCEA), tem como objetivo ajudar os empresários locais a entrarem e a posicionarem-se no mercado chinês. “São atividades que têm tido sempre um efeito positivo na promoção dos nossos produtos”, começa por dizer o responsável pela distribuição da Heong Kei Iok Kon, Vincent Yang. No entanto, adverte o representante, “poucas pessoas nestes destinos têm conhecimento sobre as atividades organizadas”.

Vincent Yang é apenas um dos participantes a apontar o dedo à falta de promoção prévia da Semana Dinâmica de Macau. Também Eva Wong, gestora de vendas da Design Esta Studio Ltd., junta-se ao coro de críticas. A agência de design vende online os seus produtos para todo o mundo e admite que esta é uma oportunidade da empresa “penetrar no mercado chinês”, embora “as pessoas que visitem os pavilhões sejam na maioria residentes da cidade”.

Feira após feira, o problema mantém-se. No lugar de potenciais importadores, aparecem transeuntes. Os empresários acabam por não “solucionar a intenção primária das empresas, que é procurar distribuidores”, lamenta João Tique, que está à frente da TopWine, uma empresa exportadora de vinhos portugueses de produtores de pequena dimensão e que está em Macau desde 2008. “E para não perder completamente o investimento [da viagem], as empresas acabam também por vender produtos ao público no local”, continua o empresário, que explica que já houve tentativas de criar uma base de dados com os nomes de potenciais importadores nas zonas onde se realizam estas promoções.

João Tique chama ainda a atenção para o facto de os produtos portugueses na China serem de alta qualidade e de preço médio alto, “e portanto em termos de posicionamento deveriam procurar o público alvo e não o transeunte da rua”.

 

Catarina Domingues

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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