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CONSUMIDORES DE CARNE PODERÃO CAUSAR “ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS PERIGOSAS”

 

O consumo de carne e laticínios tem de cair para garantir as necessidades futuras de alimentos e ajudar a proteger o ambiente, alertam cientistas britânicos.

 

Cientistas britânicos defendem, num estudo recentemente publicado na revista Nature Climate Change, a necessidade de os amantes de carne trocarem os hamburgueres e bifes por uma dieta rica em vegetais para ajudar a prevenir as alterações climáticas.

Investigadores das universidades de Aberdeen e Cambridge desenvolveram um estudo conjunto sobre o que acontecerá se o mundo continuar a adotar uma dieta ocidentalizada baseada num consumo excessivo de alimentos, particularmente de carne e laticínios.

Se esta tendência se mantiver, concluíram, as metas internacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa serão postas em causa pela indústria alimentar.

A pesquisa salienta que cada vez mais pessoas no mundo estão a adotar uma dieta americana, baseada num crescente consumo de carne e laticínios.

Se a população mundial aumentar para quase 10 mil milhões de pessoas e se se mantiver o atual estado das coisas, a área de cultivo aumentará 42% até 2050 para que os agricultores consigam dar resposta ao crescente consumo e a utilização de fertilizantes crescerá 45%. Este cenário poderá contribuir para a destruição de 10% das restantes florestas tropicais.

A desflorestação irá aumentar as emissões de carbono, a criação de mais gado elevará os níveis de metano e o acréscimo na utilização de fertilizantes acelerará as alterações climáticas, já que se estima que estes fatores combinados contribuirão para um aumento da quantidade de gases de efeito estufa produzidos pela indústria alimentar em cerca de 80%.

“Este não é um argumento vegetariano radical, é um argumento a respeito de comer carne em quantidades sensatas como parte de dietas saudáveis e equilibradas”, disse o professor Keith Richards da Universidade de Cambridge.

“Gerir melhor a procura, por exemplo focando-nos na educação sobre uma vida saudável, irá duplicar os benefícios, mantendo populações saudáveis e reduzindo de forma substancial as pressões críticas sobre o ambiente”, acrescentou.

A solução proposta por estes investigadores passa pelo consumo de porções de 85 gramas de carne vermelha e cinco ovos por semana e de uma porção diária de aves, bem como de pequenas quantidades de laticínios por dia, o que permitiria por si só reduzir para metade a quantidade de gases de efeito estufa da agricultura face aos níveis de 2009.

Outro dos objetivos, apontam, deve passar por se reduzir o desperdício de alimentos em 50%.

O professor Pete Smith da Universidade de Aberdeen salientou que “é necessário repensar o que comemos e encorajar a agricultura sustentável”.

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