Cerca de 30 pessoas – a maioria crianças – sairam às ruas de Hong Kong esta semana para um protesto contra uma exposição de artefactos no Museu de Arte da região vizinha. Em causa, estão objetos que remontam à dinastia Ming (1368-1644) e à dinastia Qing (1644-1911) produzidos a marfim e chifres de rinoceronte.
“Hong Kong está a ter um papel ativo na destruição do marfim, mas não está a desempenhar um papel positivo na educação e consciencialização e esta foi só mais uma prova disso, esta exposição promove o marfim e os chifres de rinocerontes como algo de desejável”, explica ao Plataforma Macau um dos organizadores do protesto, Alex Kwok.
O também diretor executivo das organizações WildLifeRisk e Hong Kong for Elephants acredita que, por um lado “ o Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação da região – responsável pela destruição dos stocks e pelas apreensões no aeroporto e nos portos – não está a comunicar eficazmente com outras entidades governamentais como o Departamento para o Entretenimento e Cultura – que é a autoridade responsável pelos museus”.
Mas, o trabalho das autoridades da RAEHK tem de ir além fronteiras, adverte Cheryl Lo, especialista em conservação da organização não governamental WWF (World Wide Fund for Nature). “Os países de origem e os países de destino culpam-se mutuamente, mas precisam de perceber que este não é apenas um problema ambiental, mas que envolve questões de segurança”. Cheryl Lo diz ainda que tem de ser criada uma estratégia internacional para combater todas as fases de processo de contrabando do marfim e feito mais trabalho de campo, até porque, “em África, depois de abatidos os elefantes, o marfim é vendido e esse dinheiro é utilizado para financiar rebeldes. Este é mais do que um mero processo de compra”.
C.D.
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