O Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau realizaram na quinta-feira (10) uma reunião trimestral sobre o desenvolvimento económico, durante a qual apresentaram a previsão revisada da macroeconomia para 2025.
O coordenador do grupo de trabalho, o professor assistente do Departamento de Economia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, Kwan Feng, apontou que este ajuste reflete principalmente o aumento da incerteza económica global, especialmente a política tarifária dos Estados Unidos, que pode levar a uma redução do volume do comércio global.
Feng analisou que, embora o volume de comércio de bens de Macau seja pequeno e o impacto direto da guerra comercial, seja limitado, se o crescimento de grandes economias como a China desacelerar, isso afetará indiretamente a economia de Macau através da “diminuição do poder de consumo dos turistas”.
“Quando a guerra comercial impacta a renda dos residentes, a disposição e o nível de consumo dos turistas que visitam Macau podem também diminuir.” Outros indicadores económicos chave foram igualmente divulgados: espera-se que as exportações de serviços cresçam 6,8%, com um aumento de 3,8% nos gastos de consumo privado, e a taxa de inflação mantida em baixo, a 0,7%.
O mercado de trabalho mantém-se estável, com uma taxa de desemprego global prevista de 1,7% e uma taxa de desemprego para residentes de 2,3%. Em termos de finanças governamentais, a receita nominal regular da Região Administrativa Especial está projetada para alcançar 116,8 mil milhões de patacas.
Quanto ao impacto da política tarifária sobre as empresas de jogos de capital norte-americano, Kwan Feng afirmou que qualquer conflito comercial global pode levar as empresas a reavaliar a sua estratégia de investimento.
“Se o aumento das tarifas for significativo, não apenas as empresas de capital norte-americano, mas todos os investidores internacionais poderão ajustar suas estratégias.”
No entanto, feng sublinhou que as bases da economia de Macau permanecem resilientes, com os principais riscos ainda centrados na volatilidade da demanda externa.
A reunião decorreu na Universidade de Macau às dez horas da manhã, e os académicos presentes também discutiram temas como comércio transfronteiriço, recuperação do turismo e diversificação industrial. A equipa de pesquisa recomendou ao governo da Região Administrativa Especial que acompanhe de perto a situação económica internacional e implemente medidas para estabilizar a economia, para enfrentar potenciais impactos.