“Vamos anunciar [as tarifas] muito em breve e serão de 25%, de forma geral, aplicadas aos automóveis e a todas as coisas”, afirmou Trump na sua primeira reunião de gabinete na Casa Branca. Trump reiterou as críticas ao bloco europeu, alegando que “não aceitam carros nem produtos agrícolas” americanos.
“Eles aproveitam-se de nós de maneira diferente” do Canadá ou do México, acrescentou.
O republicano repetiu que o défice comercial dos Estados Unidos com a Europa é de 300 mil milhões de dólares, enquanto a Comissão Europeia estima que o valor seja de 157 mil milhões de dólares apenas em bens, e de apenas 50 mil milhões de dólares se for considerado o superavit comercial americano em serviços.
“A UE foi criada para prejudicar os Estados Unidos. Esse era o objetivo, e eles conseguiram. Mas agora eu sou o presidente”, declarou Trump, acrescentando que os países europeus poderiam ter a tentação de retaliar, mas que “não o farão”. “Só precisamos de parar de comprar qualquer coisa deles, e se isso acontecer, vencemos”, afirmou Trump.
Ao tomar conhecimento do anúncio, a UE advertiu, através de um porta-voz da Comissão Europeia, que reagirá “com firmeza e de imediato” e que “protegerá sempre as empresas, os trabalhadores e os consumidores europeus contra tarifas injustificadas”.
Desde que tomou posse a 20 de janeiro, Trump tem ameaçado impor “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais dos Estados Unidos para combater um comércio que considera “injusto e desequilibrado”.

Em meados de janeiro, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, surpreendeu os europeus em Munique ao criticar veementemente os seus modelos políticos.
Adversário comercial
A União Europeia foi impulsionada como resposta aos dois conflitos mundiais que devastaram o continente no século passado, com a ideia principal de que uma maior integração económica entre os países evitaria novos conflitos.
No entanto, para Donald Trump, que tem uma abordagem transacional da diplomacia e desconfia, por princípio, dos formatos multilaterais, a União Europeia é, acima de tudo, um adversário comercial. Em meados de janeiro, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, surpreendeu os europeus em Munique ao criticar veementemente os seus modelos políticos.
Em particular, atacou os países europeus por um suposto “declínio” da liberdade de expressão e por terem um “grande problema de imigração”, ecoando as narrativas dos partidos europeus de extrema-direita. Os Estados Unidos são o maior investidor na Europa e vice-versa.
De acordo com a Comissão Europeia, em 2022, os investimentos europeus nos Estados Unidos alcançaram 5,3 biliões de euros.
Plataforma com AFP