Carlos Cid Álvares, presidente do Banco Nacional Ultramarino, visitou pela primeira vez Macau como turista, em 1993. E, de imediato, se sentiu cativado pela beleza desta pequena terra na China; na altura sob Administração portuguesa: “A cidade era muito simples, mas as pessoas eram simpáticas”, recorda Álvares; reconhecendo, contudo, a falta de infraestruturas modernas com que então se deparou.
Quando há seis anos cá se estabeleceu em Macau, a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) da China havia sido estabelecida há quase duas décadas. E Álvares encontrou mudanças bastante marcantes: “Vi um planeamento e uma execução incríveis e um salto no conhecimento”, descreve, confessando-se particularmente impressionado com as infraestruturas da cidade; a sua atmosfera aberta e amigável para os estrangeiros.
Os dados oficiais mostram que, em finais de 2023, Macau tinha mais de 176 mil não residentes empregados localmente – mais 20 mil do que no ano anterior – sobretudo oriundos da China continental, Sudeste Asiático; e Países de Língua Portuguesa. Macau é um dos locais mais seguros do mundo; a miscigenação cultural, a culinária, e diversidade dos seus restaurantes é notável, frisa Álvares, também presidente da delegação de Macau da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa.
Sob a política “um país, dois sistemas”, a transformação nos últimos 25 anos é notável, permitindo manter um sistema capitalista, e modo de vida, embora fazendo parte da China socialista. Álvares disse à Xinhua acreditar que “um país, dois sistemas” é a chave para o sucesso de Macau: “É uma política que oferece consistência, permitindo às empresas operar sob regras que lhes são familiares”, explicou, acrescentando que a certeza tem sido crucial para impulsionar o crescimento económico de Macau.
Com o desenvolvimento da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, Álvares declara-se otimista em relação ao futuro, incentivando frequentemente investidores estrangeiros a verem Macau como porta de entrada para o continente: “Macau pode ser pequeno, mas o potencial da Grande Baía é enorme. Portanto, nunca falo dos 700 mil residentes de Macau”.
Macau “está agora no mapa de uma forma que, há 25 anos, não estava”, comenta Todd Lyle Sandel, professor associado da Universidade de Macau (UM), expressando sentimentos semelhantes aos transmitidos por Cid Álvares, em relação à transformação da cidade. “Nessa altura, poucas pessoas sabiam onde ficava Macau, que era muitas vezes associada ao crime. Agora, essa perceção mudou completamente”.
Sandel, que ingressou na UM em 2012, recorda os primeiros anos da Universidade, na Ilha da Taipa. Quando se mudou para Hengqin, inicialmente o campus parecia pouco povoado, mas depois experienciado um crescimento brutal: “Agora, o campus está a prosperar com pessoas de todo o mundo”, comenta, particularmente orgulhoso da ascensão de Macau no meio académico. A UM está agora classificada entre as 200 melhores universidades a nível mundial, refletindo a crescente reputação académica internacional da cidade.
Sandel destaca ainda o desenvolvimento do panorama cultural de Macau, salientando que, embora anteriormente apelidada de “Las Vegas do Oriente”, a cidade oferece agora educação de alta qualidade, entretenimento diversificado e um próspero panorama gastronómico.
“Antes do regresso de Macau à China, havia pouco interesse por parte dos investidores internacionais”, comenta António Trindade, presidente e CEO da CESL Asia-Investments & Services Limited. “Mas depois da transferência tudo mudou rapidamente. Os esforços do Governo e a abertura económica fizeram uma enorme diferença”, disse Trindade à Xinhua.