- À medida em que se desenvolve a diversificação económica, “uma gama mais ampla de oportunidades comerciais torna-se viável”, afirma Lorne Schmidt. Setores definidos como prioritários; como “novas tecnologias, artes e cultura, desporto e lazer, e finanças modernas… representam oportunidades para investimento local e internacional em novos negócios”, destaca o vice presidente da Câmara do Comércio do Canadá, concluindo ainda que os incentivos em Hengqin “criam novos mercados para as empresas de Macau”.
A aposta na diversificação dominará os próximos anos, até porque a pandemia “ensinou-nos que a dependência excessiva de uma fonte de rendimento – jogo – não é um modelo sustentável para uma economia robusta”, comenta Schmidt, considerando que “Macau está numa boa posição para desenvolver indústrias spin-off, tendo como alvo os turistas que podem inicialmente ter vindo para jogar”. Nesse contexto, será preciso “atrair talentos estrangeiros”; razão pela qual prevê “executivos a deslocarem-se a Macau para ajudar nessas dessas indústrias”.
Macau está numa boa posição para desenvolver indústrias spin-off, tendo como alvo os turistas que podem inicialmente ter vindo para jogar
Lorne Schmidt, Vice- presidente da Câmara de Comércio do Canadá
Carlos CID Alvares, presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Chinesa, está otimista em relação ao ambiente de negócios, que “dá sinais de melhoria”, marcado por “discussões contínuas sobre a diversificação, novos negócios, e oportunidades emergentes em Hengqin/Grande Baía”. Reconhecendo dificuldades para as PME, por força da concorrência das plataformas online – e da vizinha Zhuhai – observa que “muitas empresas estão a adaptar-se a estas mudanças”. Apesar de “um certo grau de incerteza” na econonomia mundial, que “pode estar a atrasar decisões de investimento”, Cid Álvares prevê para 2025 “um aumento da confiança empresarial e do ambiente de investimento”, impulsionado pelo “novo ciclo político e económico; e pelo contínuo crescimento sustentável da China”. Espera por isso que as empresas europeias “comecem a investir mais na Grande Baía”. Macau/Hengqin, frisa, é um eixo “único em termos de segurança, ambiente fiscal, multiculturalismo, infraestruturas, História, cultura e conveniência”. Posição que representa “uma oportunidade significativa para as empresas explorarem e capitalizarem o potencial desta região, estabelecendo aqui a sua sede, tendo os seus negócios operacionais na Ásia, pagando impostos em Macau, e empregando jovens universitários locais.
Grande Baía é uma oportunidade significativa para as empresas explorarem e capitalizarem o potencial desta região, estabelecendo aqui a sua sede, tendo os seus negócios operacionais na Ásia, pagando impostos em Macau, e empregando jovens universitários locais
Carlos Cid Álvares, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa
Tendo 2024 sido um ano de “recuperação gradual e transformação do ambiente empresarial”, Rutger Verschuren, presidente da Câmara de Comércio Francesa, reconhece que “a recuperação não tem sido igual para todos, está distribuída de forma desigual, e os desafios permanecem, especialmente para as PME”. Apesar disso, “as empresas estão a adaptar-se rapidamente a oportunidades impulsionadas pela tecnologia, indústrias culturais e projetos de sustentabilidade”; resiliência, essa, crucial. “Quem não fizer qualquer esforço para se adaptar à nova era poderá ter crescimento negativo”, alerta.
Quem não fizer qualquer esforço para se adaptar à nova era poderá ter crescimento negativo
Rutger Verschuren, Presidente da Câmara de Comércio Francesa
Para 2025, Verschuren espera “crescimento económico contínuo, à medida que a estratégia de diversificação e integração na Grande Baía se enraíze e comece a dar frutos”. Está por isso “otimista quanto ao potencial de Macau como centro chave para a inovação e colaboração empresarial internacional”. Através do programa de apoio empresarial LeBooster, espera “atrair investidores estrangeiros para a Região”.