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Macaense “bem tratado” pode ser “mais útil”

O VIII Encontro das Comunidades Macaenses, entre 1 e 6 de dezembro, conta com 1.400 participantes - 1.200 vindos da diáspora. Oportunidade para “unir” os filhos da terra, diz Sales Marques, que preside à organização. Conta com Ho Iat Seng, e Edmundo Ho - se estiver em Macau - e deseja que Sam Ho Fai possa aparecer. Não confirma, mas o PLATAFORMA sabe, que José Cesário, secretário português das Comunidades, regressa pela primeira vez a Macau após a notícia das investigações à amiga e apoiante, Rita Santos

Paulo Rego

Para além do reencontro de amigos e familiares, prova-se “o grande desejo da diáspora” regressar à sua terra e “celebrar da identidade de macaense”, comenta José Luís Sales Marques; otimista, 25 anos após a constituição da RAEM: “À luz da Lei Básica, a comunidade macaense tem sido muito considerada, bem tratada”. Realidade traduzida, por exemplo, na “inscrição de dois elementos culturais muito importantes como património intangível de Macau – e da própria China: gastronomia macaense e Teatro Patuá”.

Macau é “a nossa terra, o nosso lar; espaço para realizar sonhos, criar famílias, etc.” Também há desafios, num novo ciclo, político, social e económico, reconhece Sales Marques: “Infelizmente, em muitos casos, o macaense é bilingue incompleto”. Ou seja, domina o cantonense falado, e o português, mas é “menos perfeito” no chinês escrito. O que, ao contrário de outros tempos, torna a Função Pública “uma área difícil de acesso”. A maior parte dos jovens trabalha na privada; no fundo, novo espaço de afirmação: “Nas áreas do conhecimento, serviços, profissões liberais, artes e cultura…”

A essência mantém-se: “Somos um elemento central para a definição de Macau”. Relevância que até pode crescer: “O macaense tem competências muito próprias, quase naturais, para se movimentar em espaços híbridos. Nisso está o futuro. Compreendemos a cultura chinesa, sobretudo na Grande Baía, que é de raiz cantonense. E também a cultura portuguesa”. Mas não só, ressalva Sales Marques, que vê oportunidades no horizonte: “Macau teve sempre sucesso, momentos de prosperidade, quando se virou para fora – e também para a China. Dentro da grande estratégia que a China criou; de relações, ligações, plataformas, Grande Baía… temos de estar virados para fora, mas também para dentro. Nesse tipo de espaço, o macaense pode ter papel útil e produtivo”.

Quem mais quer promover Macau senão nós? É a nossa terra! Há coisas que essas comunidades são capazes de fazer, pelo menos tão bem como os melhores profissionais; por exemplo, promover a gastronomia macaense

José Luís Sales Marques, Presidente do Conselho Permanente e da Comissão Organizadora do Encontro das Comunidades Macaenses

A cerimónia de abertura, a 1 de Dezembro, tem sempre importância, até pela presença das autoridades; mas a grande festa é no encerramento, dia 6. Uma semana que serve para cimentar a mensagem: união e renovação. “Cada comunidade, no seu país de acolhimento, tem características próprias. A ideia de estarmos ligados à terra é fundamental; uma comunidade unida, reforçada, para que a cultura macaense não se dissipe, não desapareça”. O desafio de ser uma comunidade pequena implica também a renovação de quadros. “Não em termos muito teóricos e grandes discussões – que às vezes são importantes – mas em torno de iniciativas concretas”, difíceis de organizar “por causa das dificuldades financeiras”.

Por isso, frisa, “o nosso desejo é que a RAEM continue a apoiar a realização destes encontros; e olhe para as comunidades macaenses como uma oportunidade – não um custo. As diversas comunidades – e casas de Macau – espalhadas pelo mundo podem e devem ser um grande veículo de promoção de Macau no exterior; o que não tem sido aproveitado”. O argumento é simples e direto: “Quem mais quer promover Macau senão nós? É a nossa terra! Há coisas que essas comunidades são capazes de fazer, pelo menos tão bem como os melhores profissionais; por exemplo, promover a gastronomia macaense. Todos nós queremos ser mais úteis; e ter oportunidades para que isso aconteça”, conclui Sales Marques.

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