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Futuro incerto para PME e jovens

Ho Iat Seng diz que alcançou todos os seus objetivos políticos. Contudo, deputados consultados pelo PLATAFORMA confrontam essa visão com a pressão sobre pequenas e médias empresas, habitação cara e falta de emprego jovem

Viviana Chan

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, reconheceu terça-feira na Assembleia Legislativa que as pequenas e médias empresas (PME) lutam para sobreviver, numa conjuntura de recessão económica, enfatizando a necessidade de as apoiar através da procura interna. O deputado Ron Lam diz ao PLATAFORMA que, três anos após a pandemia, a maioria das PME continua a enfrentar forte pressão operacional.

Durante a pandemia, os “cartões de consumo” impulsionaram o consumo local. Depois disso, o consumo deslocou-se para o outro lado da fronteira, criando enormes desafios às PME. Algumas delas, alerta Ron Lam, disseram-lhe que vão encerrar a operação, e não abrem mais negócios em Macau: “A maior dificuldade está em quem até tem interesse em abrir um negócio, mas desiste face ao ambiente desfavorável e à falta de uma direção política clara”. Exorta por isso o Governo a concentrar-se num melhor ambiente empresarial e num apoio político mais direcionado e sustentável. Por exemplo, com “reforço do desenvolvimento digital, serviços de apoio à atualização tecnológica, e assistência na adaptação às novas exigências do mercado”.

A maior dificuldade reside em quem tem interesse em abrir um negócio, mas desiste devido ao ambiente desfavorável e falta de uma direção clara para o desenvolvimento

Ron Lam, deputado

Lei Leong Wong tem opinião semelhante, afirmando ao PLATAFORMA que a maioria das PME enfrenta custos elevados, não conseguindo fazer face à tendência das compras online. “Até os supermercados locais enfrentam dificuldades, porque a conveniência das compras online na China continental mudou significativamente a mentalidade dos consumidores de Macau”.

Jovens desempregados

Lei Leong Wong salienta ainda a dificuldade dos jovens em encontrar emprego. Dados oficiais indicam que a taxa de desemprego dos residentes locais, no terceiro trimestre de 2024, foi de 2,3 por cento. Mas entre os jovens (16-34 anos) é bem mais elevada: 9,4 por cento. Entretanto, “muitos licenciados, até com mestrado, não têm escolha senão aceitar empregos em serviços de entrega.” O jovem deputado sugere que a diversificação económica – “1+4” – se foque em “mais emprego para jovens com elevada qualificação académica”.

Muitos licenciados, até com mestrado, não têm escolha senão aceitar empregos, por exemplo, como serviços de entrega

Lei Leong Wong, deputado

Problemas habitacionais

Ho Iat Seng defende que as “cinco escadas habitacionais” – social, económica, sanduíche, para idosos, e privada – resolveu as necessidades atuais. Contudo, também reconhece um “excesso de oferta” na lista de candidaturas. Ron Lam considera que a solução anunciada pelo Governo é um meio administrativo para lidar com a procura; não resolve o problema de raiz e afeta os preços de mercado. “O Governo aumentou o preço por metro quadrado da habitação económica, de 1.900 patacas – pré-2019 – para 3.300 patacas o metro quadrado”. Por outro lado, “há falta de mobilidade entre diferentes classes de habitação”

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