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Chega/Açores quer pormenores sobre alegados navios chineses ao largo das Flores

O Chega/Açores questionou ontem o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre o caso do falso alarme com navios chineses ao largo das Flores e quer saber o que levou à conclusão de se tratar de um caso de ‘spoofing’.

Várias publicações, incluindo uma do partido Chega nos Açores, circularam na quarta-feira nas redes sociais com a alegação, com base em informação de uma aplicação ‘online’, de que havia uma frota de pesqueiros chineses ao largo da ilha das Flores, mas tratou-se de um falso alarme, dado que nem o avião da Força Aérea nem o navio da Marinha avistaram quaisquer embarcações.

O Governo Regional admitiu, em comunicado, tratar-se de um caso de ‘spoofing’ – um ciberataque em que alguém falsifica ou disfarça a sua identidade – numa aplicação de monitorização de AIS (sistema de identificação automática) “Marine Traffic”.

No requerimento enviado ao parlamento açoriano e divulgado ontem pelo Chega/Açores, os deputados do grupo parlamentar querem saber o que levou o Governo Regional a concluir tratar-se de AIS ‘spoofing’ e que esforços estão a ser feitos para identificar a sua origem.

“Será apresentada alguma queixa ou aberto algum inquérito para averiguar quem, supostamente, efetuou a manipulação dos dados que levaram à conclusão de que se tratou de AIS ‘spoofing’”?”, perguntam.

No documento, os deputados do Chega/Açores apontam uma nota divulgada pelo Governo Regional que indica que se terá tratado de AIS ‘spoofing’, mas querem saber “o que levou a esta conclusão”.Para o partido é fundamental identificar a origem do alegado AIS ‘spoofing’ para que os responsáveis “possam ser punidos, prevenindo assim a ocorrência de novos incidentes semelhantes”.

É ainda perguntado quando é que o executivo regional teve conhecimento da alegada presença de barcos de pesca com pavilhão Chinês junto à ilha das Flores, quando foi acionada a missão de fiscalização e patrulhamento e que meios foram para o local.

Várias publicações, incluindo uma do partido Chega nos Açores, circularam na quarta-feira nas redes sociais com a alegação, com base em informação de uma aplicação ‘online’, de que havia uma frota de pesqueiros chineses ao largo da ilha das Flores

A situação é considerada “muito estranha” e o partido quer “perceber o que realmente aconteceu”, afirma o líder parlamentar José Pacheco.

O Governo açoriano justificou hoje o acionamento de meios, da Marinha e Força Aérea, no caso do falso alarme com navios chineses ao largo das Flores com a necessidade de proteger a área da Zona Económica Exclusiva (ZEE).

A Secretaria Regional do Mar e das Pescas referiu à agência Lusa que “o processo de fiscalização e monitorização seguiu a tramitação definida para situações de violação das regras comunitárias do exercício da pesca comercial, face à identificação de ‘navios de pesca’”.

A missão ficou concluída no final do dia, sem qualquer avistamento da frota identificada no sistema de monitorização gratuito de AIS ‘Marine Traffic’”, vincou.

Mesmo tratando-se de ‘spoofing’, a região “tem sempre a preocupação da proteção de todos os recursos da subárea – Açores da ZEE”, justificou o executivo regional. As autoridades competentes foram informadas das ações realizadas, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, dado que se tratava de “embarcações de pesca com pavilhão da República Popular da China”.

O executivo açoriano informou ainda que não tem qualquer explicação para este caso de ‘spoofing’ e que os sinais de navios suspeitos “não constavam dos sistemas oficiais nacionais e europeus”, da DGRM e da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA) e “não foi feito qualquer avistamento das embarcações”.

O alerta para a presença de alegadas embarcações de pesca chinesas, a sul e sudoeste da ilha das Flores, foi dado na quarta-feira, pelas 10:30 locais (11:30 em Lisboa), após o que as autoridades iniciaram uma missão de fiscalização e patrulhamento.

A Marinha enviou um semirrígido da Polícia Marítima da ilha das Flores, a Força Aérea Portuguesa enviou um avião P3, e a unidade naval do Comando Local da Polícia Marítima das Flores esteve no local e “não verificou qualquer navio”. As ações de fiscalização foram concluídas pelas 20:30 locais de quarta-feira (21:30 em Lisboa).

Plataforma com Lusa

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