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Rússia diz estar a trabalhar com a China em construção de central nuclear na Lua

A Agência Espacial Russa, Roscosmos, está a trabalhar com a China em planos para conceber e instalar uma central nuclear na Lua até 2035, afirmou ontem o seu diretor-geral, Yury Borisov.

“Neste momento, estamos a considerar seriamente o projeto”, declarou Borisov numa palestra para estudantes, acrescentando que a central nuclear teria de ser construída por robôs, segundo a agência noticiosa russa Interfax, citada pela Bloomberg.

Em 2021, a Rússia e a China apresentaram um plano para a construção de uma estação científica na Lua até ao final de 2025.

De acordo com outra agência russa, a TASS, o plano do projeto inclui ‘rovers’ (veículos de exploração espacial projetados para se deslocar na superfície de um planeta ou de outro corpo celeste), lunares técnicos para investigação, um robô saltador e vários ‘mini-rovers’ inteligentes concebidos para explorar a superfície do satélite da Terra.

Existem precedentes da utilização de energia nuclear em missões espaciais e noutras áreas remotas da Terra: os Estados Unidos utilizaram plutónio-238, que tem uma semi-vida propícia, como fonte de energia para computadores, instrumentos científicos e outro ‘hardware’ em mais de duas dúzias de missões espaciais, segundo a NASA, ao passo que a Rússia utilizou outras matérias radioativas para alimentar faróis remotos e submarinos nucleares.

O maior desafio ao êxito da parceria espacial com a China poderá residir no próprio programa espacial russo.

A tentativa da Roscosmos de aterrar uma nave espacial perto do polo sul lunar fracassou em agosto de 2023, quando a sonda Luna-25 se despenhou na Lua. A missão deveria assinalar o regresso de Moscovo à Lua pela primeira vez desde o fim da União Soviética, há mais de três décadas, mas acabou por se tornar o mais recente de uma série de reveses para o programa espacial do país.

Borisov sublinhou ainda que a Rússia é contra a instalação de armas nucleares no espaço, fazendo eco das palavras do Presidente, Vladimir Putin, que anteriormente tinha negado as acusações dos Estados Unidos sobre os planos do Kremlin (presidência) para esse tipo de armas.

“É claro que o espaço deve estar livre de armas nucleares”, disse Borisov, de acordo com a agência Interfax.

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