Entre as áreas de atividade que mais perderam postos de trabalho, em julho, na variação anual homóloga, surgem, à cabeça, as indústrias do couro, do vestuário e têxtil. Em relação há um ano, o mercado setor do couro registou um aumento do desemprego de 15,4%, o que corresponde a mais 362 desempregados; o fabrico de vestuário destruiu 12,5% contratos ou 718 empregos; e o setor têxtil observou uma subida do desemprego de 12,2%, que prejudicou 257 trabalhadores.
“O aumento do desemprego neste tipo de indústrias reflete os indicadores das exportações, que começaram a diminuir, sobretudo por causa da situação na Europa e, em concreto, devido à recessão na Alemanha, sendo que o Reino Unido e a França também estão em situações delicadas”, afirmou ao Dinheiro Vivo o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes. A corroborar a tese de Vieira Lopes, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) já tinha dado conta, em abril, que as exportações nacionais de têxteis e vestuário recuaram 3,11% entre janeiro e maio, ficando-se pelos 2536 milhões de euros, menos 81,3 milhões de euros em relação a igual período de 2022. Além deste fator, o líder da CCP destaca ainda “a quebra no número de unidades vendidas no mercado interno, apesar de a faturação ainda estar em alta, sobretudo pelo efeito da inflação”.
Dando força a este movimento de desaceleração do emprego, verifica-se uma redução do número de ofertas e contratações, segundo o IEFP. Ao longo de julho, os centros de emprego receberam 9342 vagas em todo o país, uma queda de 13,1% ou de 1410 ofertas face ao período homólogo do ano passado. Esta contração, verificou-se sobretudo nas indústrias extrativas com menos 77,8% vagas, que, em termos absolutos, representam uma redução de 21 propostas de emprego. Segue-se a indústria do vestuário, com uma redução de 56,3% ou de 216 ofertas, e a indústria do papel, com uma diminuição de 50% ou de 29 possíveis contratações.
Leia mais em Dinheiro Vivo