Primeira peça, parte do cone traseiro, foi encontrada a pouco menos de 500 metros do Titanic: os vários destroços são compatíveis com uma “perda catastrófica” na pressão do submersível.
A Guarda Costeira do Nordeste dos Estados Unidos confirmou esta quinta-feira que os destroços que detetou junto do Titanic são do submersível Titan, da OceanGate, e que significam que a pressão na câmara do veículo se perdeu, matando os cinco tripulantes.
Em conferência de imprensa, o contra-almirante John Mauger, do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, assinalou que um veículo de operação remota (ROV) encontrou primeiro “a cauda” do submersível no fundo do oceano, a “perto de 500 metros da proa” do Titanic.
“Subsequentemente, encontrou mais destroços”, acrescentou, revelando que estes são “consistentes com uma perda catastrófica na câmara de pressão” do submersível e que tal levou à “notificação imediata” das famílias dos cinco tripulantes.
Os ROV que têm participado nas operações de busca vão manter-se no local para recolher mais informações sobre o acidente. Os consulados de França e do Reino Unido têm sido informados do processo “para haver certezas de que as suas preocupações são completamente satisfeitas”.
Apesar de, segundo Mauger, ser ainda demasiado cedo para fazer uma “linha do tempo” do acidente, as boias sonar largadas no local não detetaram “eventos catastróficos” nas últimas 72 horas.
Ao todo, foram encontradas cinco partes do Titan, incluindo a traseira da câmara de pressão, mas o “campo de destroços vai continuar a ser mapeado”.
“As minhas mais sinceras condolências”, lamentou. As autoridades referiram que não há prazo para cancelar a busca internacional maciça e que os esforços para recuperar o submersível e os restos mortais dos cinco homens que morreram a bordo do submergível continuam em andamento.
Grande parte da busca está a ser feita por veículos subaquáticos operados remotamente, conhecidos como ROV, que podem inspecionar o fundo do mar. “É um ambiente incrivelmente implacável”, salientou.
OceanGate lamentou as mortes
Pouco antes desta conferência de imprensa, a empresa OceanGate, que organizou a expedição, deu também os ocupantes do Titan como mortos.
“Consideramos neste momento que o nosso patrão Stockton Rush, Shahzada Dawood e o seu filho Suleman, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet estão infelizmente mortos”, indicou a empresa em comunicado.
Esta quinta-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram ter encontrado um campo de destroços perto do navio afundado Titanic.
“Foi descoberto um campo de destroços na área de buscas, por um ROV, perto do Titanic. Os especialistas do posto de comando unificado estão a avaliar as informações”, lia-se num tweet. O ROV que detetou os destroços é controlado pelo navio canadiano Horizon Arctic.
Os socorristas avaliaram que às 12h08 desta quinta-feira (hora de Lisboa) os passageiros poderiam ficar sem oxigénio a bordo do Titan, o pequeno aparelho explorador em águas profundas da empresa privada norte-americana OceanGate Expeditions.
Anunciado como desaparecido desde domingo, o engenho dispunha de uma autonomia teórica de 96 horas em submersão.
O anúncio na quarta-feira de ruídos na água detetados por aviões P-3 canadianos suscitou a esperança e orientou a armada internacional de socorro presente no local, mas sem que fosse determinada a origem dos ruídos.
O proprietário da empresa OceanGate, o norte-americano Stockton Rush, encontra-se a bordo do “Titan”.
Além de Rush encontram-se dentro do “Titan” o magnata britânico, Hamish Harding (58 anos), o especialista francês especializado na tragédia do “Titanic”, Paul-Henri Nargeolet (77 anos) – apelidado de “Senhor Titanic” – e o empresário de origem paquistanesa Shahzada Dawood (48 anos) e seu filho Suleman (19 anos), ambos com nacionalidade britânica.
Por 250 mil dólares, propuseram-se a explorar os restos de um dos maiores desastres marítimos do século XX.
O “Titanic” afundou-se na viagem inaugural, em 1912, depois de embater num icebergue, provocando a morte de 1500 passageiros e tripulantes.
Desde a descoberta dos destroços do “Titanic” em 1985, cientistas, caçadores de tesouros e turistas têm visitado o local.