A exportação de café do Brasil para 122 países atingiu uma receita recorde de 9,2 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros) em 2022, mais 46,9% do que a registada no ano anterior, foi anunciado segunda-feira.
Os dados foram hoje divulgados pela entidade que representa o setor, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ), que verificou, no entanto, uma diminuição do volume do grão vendido no estrangeiro.
O Brasil, maior produtor e fornecedor mundial de grão, exportou 39,35 milhões de sacos de 60 quilogramas no ano passado, menos 3,1% do que em 2021, de acordo com o CECAFÉ.
Segundo o presidente do organismo, Márcio Ferreira, a faturação recorde do último ano reflete a subida dos preços dos grãos e o câmbio favorável.
“O preço médio do saco, de 234,64 dólares [cerca de 217 euros], foi o maior dos últimos cinco anos e cresceu 52% em relação ao ano anterior”, explicou em conferência de imprensa.
Para o CECAFÉ, isso ajudou a conter o impacto da queda nas vendas, que – acrescentou – continuam a ser afetadas pelos entraves logísticos globais e pelo aumento do comércio de grãos no Brasil.
Os Estados Unidos continuaram a ser o principal destino das exportações brasileiras de café em 2022, com 7,985 milhões de sacos vendidos, volume 2,1% superior ao comercializado em 2021 e equivalente a 20,3% do total dos embarques.
Seguem-se a Alemanha, onde as vendas cresceram 4,2%; Itália (+13,7%), Bélgica (+2,7%) e Japão (-25,5%).
A Colômbia, apesar de ser o segundo maior exportador do mundo, foi o sexto país que mais comprou mais café ao Brasil, com 1,7 milhões de sacos, mais 48,1% do que 2021.
A China comprou 414.842 sacos do grão em 2022, mais 21,3 do que em 2021, com o gigante asiático a subir para a 20.ª posição no ‘ranking’ dos principais destinos do produto.
Do mesmo modo, devido à invasão russa da Ucrânia, as exportações para o Leste Europeu registaram uma queda de 45,3% em relação a 2021, com um total de 1,1 milhões de sacos vendidos no ano passado.
O café tipo arábica foi o mais exportado em 2022, com 34 milhões de sacos comercializados, o equivalente a 86,6% do total.