Da prisão calabresa de Corigliano Rossano, pouco antes de iniciar uma segunda greve de fome desde que está detido, o ex-terrorista Cesare Battisti mandou uma carta à mão: “Há muita coisa para esclarecer, outras a desmentir. Inclusive algumas declarações falsas do Lula”.
Era abril de 2021 e o preso do sistema carcerário italiano que por mais tempo driblou o Judiciário do país concordava em se corresponder para falar sobre o final de sua longa epopeia, encerrada naquela ocasião havia mais de dois anos devido à mudança de vento no Brasil, antes com Michel Temer, depois com Jair Bolsonaro.
O Brasil foi sua casa por 14 anos graças principalmente ao empenho de Lula e do PT, que compraram uma briga internacional para dar abrigo ao ex-integrante de um grupo terrorista de esquerda condenado por quatro homicídios ocorridos no chamado anos de chumbo da Itália, entre o final dos anos 60 e o início dos 80 do século passado.
Battisti reconhece que o partido e seu líder-maior fizeram muito por ele, mas se sente descartado. Seu incômodo e a disposição para falar a respeito surgiram após o pedido de desculpas do ex-presidente em rede nacional na Itália, no ano passado, quando reconheceu o erro de tê-lo mantido no Brasil.
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