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À entrada no quarto mês da guerra, Rússia não tem prazo para cumprir objetivos

Susana Salvador

Moscovo diz que não está a “correr atrás dos prazos” e concentra as suas atenções na região de Donbass. Kiev apela aos aliados ocidentais que continuem a enviar armas e não comprem cereais “roubados” pelos russos.

Com os combates concentrados na região de Donbass, no leste da Ucrânia, a Rússia alega que não está com pressa para alcançar os seus objetivos. À entrada do quarto mês da invasão, Kiev diz que estamos diante da maior batalha em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial e pede aos aliados ocidentais que apressem o envio de armas para o país e não comprem os cereais ucranianos “roubados” pelos russos.

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, disse esta terça-feira numa entrevista que o governo não está “a correr atrás de prazos” após ser questionado em relação ao prolongar da “operação militar especial” na Ucrânia. “O nazismo tem de ser 100% erradicado ou irá voltar a levantar a cabeça dentro de alguns anos, de uma forma ainda mais feia”, afirmou. Moscovo invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, alegando que o objetivo era “desnazificar” o país.

Já o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, admitiu num encontro com os homólogos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva que houve um desacelerar das operações, alegando que isso foi propositado para “evitar baixas civis” – há contudo vários exemplos de bombardeamentos a posições não-militares, com a ONU a confirmar que quase quatro mil civis já morreram desde a invasão.

O ministro russo disse ainda que Moscovo “vai continuar a operação militar especial até todos os objetivos terem sido alcançados, independentemente da ajuda ocidental maciça que o regime de Kiev está a receber e das sanções contra a Rússia”. Depois de inicialmente terem posto os olhos em Kiev, as forças russas acabaram por recuar face à resistência ucraniana. Os responsáveis alegaram então que o objetivo nunca foi conquistar a capital, apenas manter as tropas ucranianas ocupadas enquanto avançavam na conquista de toda a região do Donbass, que inclui as autoproclamadas repúblicas de Donestsk e Lugansk, e criavam uma ligação terrestre entre estas e a Crimeia, anexada em 2014.

É precisamente no Donbass que os combates se concentram agora, numa tentativa dos russos de cortar as linhas de abastecimento a Severodonetsk e conquistar o resto da região de Lugansk. O governador, Sergiy Haidai, avisou que já é demasiado tarde para os habitantes – e ainda lá estarão cerca de 15 mil pessoas – saírem da cidade, que está cercada por três lados, apelando a que procurem abrigos.

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