Biden forçado a esclarecer posição ambígua sobre Taiwan

Biden forçado a esclarecer posição ambígua sobre Taiwan

O presidente Joe Biden esclareceu sua aparente referência a um Taiwan “independente” nesta terça-feira (16), afirmando que a posição dos Estados Unidos em relação à soberania chinesa sobre a ilha não mudou

Questionado por jornalistas sobre os possíveis desdobramentos da questão de Taiwan durante sua cúpula virtual de segunda-feira com o presidente chinês, Xi Jinping, Biden respondeu afirmativamente.

“Sim. Deixamos bem claro que apoiamos a Lei de Taiwan e é isso”, afirmou durante uma viagem ao estado de New Hampshire.

A Lei de Relações com Taiwan, adotada em 1979, rege a política dos Estados Unidos em relação à ilha e estabelece o reconhecimento de uma única China, ao mesmo tempo que fornece armas para defesa pessoal a Taiwan.

Mas Joe Biden também acrescentou: “É independente. Taiwan toma suas próprias decisões.”

A Casa Branca não respondeu a um pedido de esclarecimento, mas o próprio Biden disse logo depois que não queria promover qualquer mudança na política dos Estados Unidos em relação a Taiwan.

“Não vamos mudar nossa política de forma alguma”, disse o presidente americano. “Não estamos encorajando a independência. Estamos encorajando-os a fazer exatamente o que a Lei de Taiwan exige. Isso é o que estamos fazendo. Deixemos que decidam.”

O presidente Xi advertiu durante a cúpula virtual com Biden que trabalhar pela independência da ilha era equivalente a “brincar com fogo”.

É a terceira vez que Biden parece contradizer a política americana, dando a impressão de fortalecer seu apoio a Taiwan.

Em outubro, quando questionado se os Estados Unidos sairiam em defesa de Taiwan contra a China, Biden afirmou: “Sim, temos um compromisso”.

O presidente havia feito um comentário semelhante em agosto. Em ambos os casos, a Casa Branca esclareceu posteriormente que a política americana não havia mudado.

Segundo essa política, conhecida como “ambiguidade estratégica”, os Estados Unidos auxiliam Taiwan em sua autodefesa, embora não esclareçam se as forças americanas algum dia intervirão.

Falando a repórteres nesta terça-feira, Biden disse que enfatizou a Xi que, embora a marinha americana permaneça fora das águas territoriais chinesas, os Estados Unidos insistirão no direito de acessar o Mar do Sul da China e que “eles não nos intimidarão”.

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