O chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Peru, general do Exército César Astudillo, renunciou ao cargo ontem, três dias antes do esquerdista Pedro Castillo assumir a presidência, informou uma fonte militar
“A renúncia está confirmada, não vamos dar mais detalhes”, disse à AFP uma fonte do Comando Conjunto das Forças Armadas, que pediu anonimato.
De acordo com o jornal Perú 21, Astudillo solicitou sua passagem para a reforma e que esta seja efetivada na quarta-feira, 28 de julho, no dia em que Castillo tomará posse.
O presidente interino, Francisco Sagasti, descartou que o pedido de Astudillo tenha sido motivada pela chegada de seu sucessor ao poder.
“Faz um bom tempo que o general César Astudillo me disse que tinha ficado um ano além do que correspondia a pedido do ex-presidente (Martín) Vizcarra. Mas ele sentia que já era hora de sair. Há uma semana me disse que estava pensando em fazê-lo”, afirmou Sagasti no programa Punto Final.
“Não há nada além disso. Não houve nada (relacionado a Pedro Castillo). Tem gente que imagina muitas coisas e cria situações desnecessárias de aflição”, acrescentou.
Astudillo, de 60 anos, estava no comando do Comando Conjunto das Forças Armadas desde outubro de 2018 e foi o responsável pela mobilização militar em apoio à pandemia do coronavírus.
Em meio ao segundo turno eleitoral, um grupo de militares reformados realizou passeatas de apoio à direitista Keiko Fujimori, mas os oficiais da ativa das Forças Armadas permaneceram à margem, respeitando a Constituição.
Castillo, de 51 anos, foi proclamado presidente eleito na última segunda-feira pelo JNE, que levou seis semanas para analisar as contestações e apelações antes de declará-lo o vencedor da votação de 6 de junho.
A posse de Castillo contará com a presença de alguns dirigentes de países vizinhos e do Rei da Espanha, Felipe VI.