O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, quer contribuir para a paz e segurança internacional no novo mandato de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, anunciou numa mensagem de felicitações divulgada na quarta-feira
“É nosso objetivo fundamental contribuir, de forma modesta, mas robusta, à luz da nossa história e experiência, para o esforço na busca dos caminhos da paz e da segurança internacionais”, referiu, a propósito de Moçambique ser candidato, “pela primeira vez na sua história, ao assento de membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU para o mandato 2023-2024”.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 membros, cinco permanentes e 10 não-permanentes eleitos por mandatos de dois anos e em que cinco são substituídos a cada ano.
Na eleição há um número fixo de assentos para os diferentes grupos regionais em que a Assembleia Geral da ONU se divide e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) já endossou a candidatura de Moçambique.
Parte de Cabo Delgado, no norte do país lusófono, zona rica em gás e outros recursos, é foco de uma insurgência armada, em parte reivindicada pelo grupo “jihadista” Estado Islâmico – um conflito com três anos e meio que já matou cerca de 3.000 pessoas, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e com 732.000 deslocados de acordo com a ONU.
Filipe Nyusi dirigiu uma mensagem de felicitações a António Guterres pela reeleição, na sexta-feira, no cargo de secretário-geral da ONU, considerando a recondução como um “testemunho do excelente trabalho desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos”.
“As áreas prioritárias das Nações Unidas felizmente coincidem com as áreas que o meu Governo elegeu para o presente quinquénio, designadamente, as questões da paz e segurança internacionais, o desarmamento geral e completo, os direitos humanos, a luta contra o terrorismo e o extremismo violento bem como a Agenda 2030 que consubstancia os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, conclui Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano aponta como principais desafios “os efeitos da crise humanitária derivada da pandemia da covid-19” e a “recessão económica, como consequência da crise sanitária”, mas acredita que serão ultrapassados com a “liderança experimentada” de Guterres.
Moçambique tem um total acumulado de 852 mortes por covid-19 e 72.775 casos, dos quais 96% recuperados e 78 internados.