Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau foram apontados como exemplos na Conferência Regional da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para a África, pelo empenho em desenvolverem projetos de combate à pobreza e subnutrição.
Os três países de língua portuguesa fazem parte de uma lista de 11 Estados africanos “destacados como exemplos na região por terem abraçado a iniciativa Hand in Hand, um projeto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura que promove oportunidades de transformação agrícola para erradicar a pobreza e a subnutrição”, disse hoje o órgão de comunicação oficial da ONU.
Burquina Fasso, Etiópia, Gabão, Mali, Níger, Nigéria, Ruanda e Zimbábue são os outros participantes.
A iniciativa Hand in Hand (De Mãos Dadas), usa ferramentas de alta tecnologia para localização e análise, como a Plataforma Geoespacial e o Laboratório de Dados para Inovação Estatística.
Estes meios fornecem dados de “alta qualidade, acessíveis, oportunos e confiáveis” que ajudam os países participantes a tomarem decisões “estratégicas e conscientes, além de definir políticas comprovadas”, adiantou a ONU News.
Esta semana, a agência juntou ministros da Agricultura de África entre os 900 delegados que participaram na sua conferência regional, um evento virtual que terminou com um compromisso “a favor do aumento das ambições e ações” em prol da segurança alimentar.
Na reunião, o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, dirigiu-se aos participantes do Comité de Segurança Alimentar Mundial e realçou o caráter único da plataforma Hand in Hand, que pode ser uma aliada na ação conjunta para acabar com a fome.
No evento, falou-se da forma como piorou a insegurança alimentar e a desnutrição, uma situação agravada pela pandemia de covid-19, mas também por causa de crises provocadas pelas mudanças climáticas, pragas, doenças transfronteiriças, conflitos e desaceleração das economias.
Numa declaração, o ministros da Agricultura realçaram o seus empenho em acelerar a transformação dos sistemas agrícolas e agroalimentares africanos, incluindo através da inovação e introdução de tecnologias digitais no setor agrícola.
A conferência realçou ainda o facto de que é preciso apoiar o Fundo Fiduciário de Solidariedade Africano, porque este é “um instrumento para mostrar a capacidade regional de assumir o comando e a liderança de programas prioritários”.
A FAO foi instada a garantir “maior flexibilidade e eficiência no uso de recursos financeiros e humanos existentes para apoiar os países e aumentar a colaboração entre instituições para tornar os sistemas agroalimentares mais sustentáveis.
O diretor-geral da FAO considerou as contribuições da região vitais para moldar a visão estratégica e as ações da FAO.
A reunião também debateu temas como inovação e tecnologias digitais para segurança alimentar a favor do progresso da segurança alimentar na África.
Qu Dongyu destacou que a tecnologia moderna pode transformar vidas pelo seu poder de aproximar, abrir acesso a novos mercados e facilitar o comércio, adiantou a ONU News.