Guiné-Bissau vive situação de "poder absoluto", acusa Simões Pereira - Plataforma Media

Guiné-Bissau vive situação de “poder absoluto”, acusa Simões Pereira

O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, considerou hoje, em Luanda, que se vive na Guiné-Bissau uma situação de “poder absoluto” que põe em causa liberdades individuais e coletivas e a separação de poderes.

Em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência de mais de meia hora concedida hoje pelo Presidente de Angola, João Lourenço, o dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que o seu partido vai continuar a lutar contra esta situação “bastante complexa” para fazer imperar a lei através de mecanismos constitucionais.

De acordo com Domingos Simões Pereira, não tem sido o caso, “tem-se feito o uso do poder absoluto, pondo em causa as liberdades individuais e coletivas e a separação dos poderes”.

O político sublinhou que o PAIGC “é um partido histórico, responsável, que tem feito uso exclusivamente dos mecanismos constitucionais e democráticos”, contudo, “esta luta fica desigual, desequilibrada, quando outros utilizam mecanismos à margem daquilo que a Constituição prevê”.

“Mas nós acreditamos que quem acompanha, o povo, quem tem essa aceitação popular, será capaz de, fazendo uso desses mecanismos, poder repor aquilo que é o império da lei”, concluiu.

O político guineense frisou que o encontro aconteceu no âmbito das relações tradicionais de amizade e cooperação entre o PAIGC e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), liderado por João Lourenço.

Segundo Domingos Simões Pereira, a situação no seu país, tal como havia afirmado em fevereiro, quando esteve em Luanda, exige um acompanhamento, sobretudo dos principais parceiros e amigos, e Angola está na lista prioritária dos principais amigos.

“E o camarada Presidente João Lourenço tem-se disponibilizado para ouvir, para compreender, para acompanhar a situação da Guiné-Bissau e neste quadro convidou-me a vir cá partilhar com ele a nossa visão, a nossa leitura sobre a situação política, para desta forma poder melhor acompanhar a situação vigente do país”, referiu.

O presidente do PAIGC considerou bastante mais complexa a situação política prevalecente no país, resumindo que todos os passos dados depois das eleições presidenciais, num recurso ao Supremo Tribunal de Justiça a contestar os resultados, não surtiram os efeitos esperados, porque foi considerado improcedente.

Depois de ter tomado posse numa cerimónia simbólica, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, do PAIGC, partido vencedor das eleições legislativas de março de 2019.

Related posts
MacauSociedade

Universidade de Macau aposta na internacionalização

AngolaPolítica

UNITA diz que Tribunal Constitucional aceitou providência cautelar

AngolaSociedade

“Caçadores de óbito”, os truques para matar a fome em Luanda à custa dos funerais

Guiné-BissauPolítica

Supremo da Guiné-Bissau rejeita recurso para recontar votos das eleições presidenciais

Guiné-BissauPolítica

Ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau indiciado por vários crimes

Guiné-BissauPolítica

CEDEAO felicita presidente da Guiné-Bissau por aprovação do programa de Governo

Cabo VerdeGuiné-Bissau

Não vou abandonar a liderança do PAIGC – Domingos Simões Pereira

Assine nossa Newsletter