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Intervenção na Cabo Verde Airlines é “inevitável” e avançará em breve

O ministro dos Transportes cabo-verdiano, Carlos Santos, afirmou hoje que a intervenção do Estado na Cabo Verde Airlines (CVA) é “inevitável” e será anunciada “muito brevemente”, envolvendo a restruturação da companhia, que não realiza voos comerciais desde março

Ao intervir na Assembleia Nacional, na Praia, na primeira sessão parlamentar de outubro, num debate sobre os transportes e os seus impactos no desenvolvimento do país, agendado pela oposição e visando especialmente a CVA – que resultou da venda de 51% do capital social da TACV -, o governante garantiu que a “companhia vai continuar”.

“Nós vamos continuar a apostar na TACV, que esta companhia deve recentrar os seus objetivos no curto prazo, olhar para a diáspora e para o turismo, que deve redimensionar a empresa, sim”, afirmou, depois de várias críticas e perguntas da oposição sobre o negócio envolvendo a CVA.

O ministro, que acumula as pastas dos Transportes e do Turismo, justificou que esse redimensionamento é justificado por haver “retração na procura” em todo o mundo: “Não é o Governo que está a induzir isto, mas sim esta realidade”.

A CVA não realiza voos comerciais desde 18 de março, quando o arquipélago encerrou a ligações internacionais, para conter a pandemia de covid-19, por decisão do Governo. Esses voos foram retomados 12 de outubro, com a reabertura de fronteiras, mas a administração da CVA não tem ainda planos para retomar a operação, sendo conhecidas desde maio negociações com o Governo, para um apoio financeiro, ainda sem conclusão.

“Muito brevemente nós teremos um anúncio sobre a companhia Cabo Verde Airlines, com aposta do Governo. Objetivamente que o Governo terá que intervir neste processo, tendo em conta que da noite para o dia a Cabo Verde Airlines deixou de ter vendas, mas continuou a ter custos. Inevitavelmente terá que haver uma intervenção do Estado”, afirmou o ministro Carlos Santos, recordando tratar-se de um cenário idêntico a outras companhias internacionais, intervencionadas pelos respetivos Estados.

“Vamos salvaguardar os interesses dos cabo-verdianos e dos contribuintes cabo-verdianos nesse processo negocial”, garantiu.

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