Início Guiné-Bissau Presidente do Supremo guineense alerta para “condições lastimáveis” dos tribunais

Presidente do Supremo guineense alerta para “condições lastimáveis” dos tribunais

Paulo Sanhá lembrou que muitos tribunais regionais ainda funcionam em casas arrendadas, com rendas em dívida e sem luz. Já o Chefe de Estado apelou aos parceiros nacionais e internacionais para se associarem aos esforços do Governo na reforma da Justiça

Na cerimónia de encerramento do Dia Nacional da Justiça, em Bissau, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, deixou uma crítica às condições dos tribunais do país, pedindo condições orçamentais, instalações condignas e a conceção de políticas realísticas e exequíveis. “Não se pode conceber que há 47 anos de independência do país, o maior tribunal de primeira instância da capital continue a funcionar em anexos do Ministério da Justiça”, afirmou, acrescentando que os tribunais regionais “funcionam em condições lastimáveis”, alguns em casas arrendadas e com rendas em dívida e sem luz.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que a justiça tem de ser capaz de “moralizar a sociedade” e que o combate à criminalidade só pode ser feito de forma independente. “Nesta perspetiva, o Governo está empenhado na procura de parcerias para a criação de infraestruturas adequadas para o funcionamento das instituições judiciárias em todo o território nacional”, afirmou, apelando aos parceiros nacionais e internacionais para se associarem aos esforços do Governo na reforma do setor da justiça.

“A justiça tem de ser capaz de moralizar a sociedade, contribuir para a dissuasão de todos os males e criminalidade que afetam a sociedade e a convivência comum, nomeadamente o tráfico de drogas, corrupção, branqueamento de capital, terrorismo e dos coronavírus sociais”, afirmou o chefe de Estado guineense.

Umaro Sissoco Embaló falava na sessão de encerramento do Dia Nacional da Justiça, que assinala a passagem do poder judicial da antiga potência colonizadora para as autoridades guineenses, uma cerimónia que decorreu numa unidade hoteleira em Bissau e que contou com a presença de vários membros do Governo e das instituições judiciárias do país.

“Porém, não se pode falar de combate à criminalidade organizada sem uma justiça independente, eficaz e séria”, disse. O Presidente guineense lembrou também que as organizações do crime organizado conseguem hoje, através do recurso às novas tecnologias, aumentar o seu poder económico e influência sobre o poder político.

Já o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, prometeu combater com “firmeza o crime organizado” e disse que fará tudo para “coibir abusos, excessos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado”.

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!