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Bolsonaro elogia Trump e diz que aproximação com Israel e árabes é nova política do Brasil

O Presidente do Brasil elogiou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e declarou que o seu país promove uma aproximação com Israel e os povos árabes, na 75.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein, três países amigos do Brasil, com os quais ampliamos imensamente nossas relações durante o meu governo, constitui excelente notícia”, declarou Jair Bolsonaro.

O chefe de Estado brasileiro, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, acrescentou que “o Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino”.

O Presidente brasileiro fez questão de frisar que existe uma “nova política do Brasil” de procurar uma aproximação simultânea a Israel e aos países árabes que “converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região”, referindo-se aos conflitos no Oriente Médio.

“Também quero reafirmar minha solidariedade e apoio ao povo do Líbano pelas recentes adversidades sofridas. Cremos que o momento é propício para trabalharmos pela abertura de novos horizontes, muito mais otimistas para o futuro do Oriente Médio”, destacou Bolsonaro.

O chefe de Estado brasileiro disse que a imagem de seu Governo tem sido prejudicada por “uma de campanha brutal de desinformação sobre a Amazónia” e defendeu sua atuação na pandemia, embora o Brasil seja um dos países mais afetados pela covid-19.

Sobre sua política externa, o governante disse que o Brasil é referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam a partir do estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.

“A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-económica gerada pela ditadura bolivariana. Com a participação de mais de 4 mil militares, a Força Tarefa Logística-Humanitária busca acolher, abrigar e interiorizar as famílias que chegam à fronteira”, declarou.

Membro fundador

Bolsonaro lembrou que como membro fundador da ONU, o Brasil está comprometido com os princípios basilares da Carta das Nações Unidas, frisando que a “cooperação entre os povos não pode estar dissociada da liberdade”.

“O Brasil tem os princípios da paz, cooperação e prevalência dos direitos humanos inscritos em sua própria Constituição, e tradicionalmente contribui, na prática, para a consecução desses objetivos”, frisou.

Abordando o multilateralismo, o governante disse que segue comprometido com a conclusão dos acordos comerciais firmados entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a União Europeia (UE).

“Esses acordos possuem importantes cláusulas que reforçam nossos compromissos com a proteção ambiental”, defendeu Bolsonaro.

O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul foi fechado em 28 de junho de 2019, depois de 20 anos de negociações. O pacto abrange um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial.

No entanto, ações de desflorestação e queimadas registadas na Amazónia brasileira nos últimos dois anos levaram alguns países europeus a colocarem em causa a homologação do acordo, que precisa ser aprovado internamente pelos membros do bloco para entrar em vigor.

No fim do discurso, Bolsonaro fez “um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, sem mencionar exatamente ao que se referia, e concluiu dizendo que “o Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base”.

O Brasil abriu, como é tradicional, as intervenções de líderes na Assembleia Geral da ONU. Este ano, a organização multilateral celebra 75 anos e o encontro iniciado hoje, que tem a pandemia de covid-19 como pano de fundo, impediu a presença de todos os participantes, levando-a para o formato de videoconferências.

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