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H&M rompe com fornecedor chinês por suspeita de trabalho forçado de uigures

A rede de moda sueca Hennes and Mauritz (H&M) anunciou hoje que vai terminar o seu vínculo com um fornecedor chinês face a alegações sobre o uso de trabalho forçado de membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur.

Numa nota divulgada pela agência Efe, a H&M garante que, nos próximos doze meses, vai terminar o seu relacionamento com a empresa chinesa Huafu Fashion, que terá contratado trabalhadores uigures através de um programa de relocação forçada das suas terras natais, em Xinjiang, região do noroeste da China.

A empresa sueca esclareceu que tem apenas uma “relação comercial indireta” com a fábrica de algodão Huafu Fashion, na província de Zhejiang, leste da China, mas negou que o seu nome seja citado diretamente no relatório da Australian Strategic Policy Institute (ASPI).

A unidade de investigação australiana acusou diretamente várias empresas, incluindo a Apple, Nike, Adidas, Samsung, Sony ou Volkswagen, e também firmas chinesas como a Huawei, de usarem mão-de-obra através daquele programa de relocação forçada.

Segundo a ASPI, cerca de 80.000 muçulmanos da etnia uigur foram removidos da região noroeste de Xinjiang, entre 2017 e 2019, para trabalhar em fábricas em toda a China, onde recebem “formação ideológica” e estão proibidos de participar em cerimónias religiosas, além de vigiados e limitados na sua liberdade de movimento.

A empresa sueca indicou que a decisão de encerrar o seu vínculo com a Huafu Fashion se deve ao facto de ser membro da Ethical Trading Initiative (ETI): “considerando o risco de abuso dos direitos dos trabalhadores e até que as condições sejam atendidas em Xinjiang para devida diligência, foram dados passos em linha com as recomendações da ETI”.

Localizada no extremo noroeste da China, a região autónoma de Xinjiang foi convertida, nos últimos anos, num Estado policial, após violentos conflitos étnicos, entre membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os han, a etnia maioritária na China, terem abalado o território.

A China é acusada de manter detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.

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