O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, assumiu, na quinta-feira, querer uma rápida conclusão do acordo de livre comércio com a Noruega, mas disse opor-se à entrega de novo Prémio Nobel da Paz à oposição chinesa
“Dado o impacto da covid-19, a conclusão antecipada das negociações de um [acordo de livre comércio] entre a China e a Noruega é de grande importância para as relações bilaterais. As duas partes devem acelerar as negociações, concluí-las rapidamente”, adiantou Wang Yi numa conferência de imprensa na capital norueguesa, Oslo, no âmbito de uma digressão pela Europa.
O país escandinavo poderia ter sido o primeiro da Europa a assinar um acordo comercial com o país mais populoso do mundo, mas a decisão do Comité Nobel norueguês de atribuir o Nobel da Paz de 2010 ao então opositor do Governo chinês, Liu Xiaobo, que morreu em 2017, levou à suspensão das negociações que já se encontravam avançadas.
Os países retomaram as negociações em 2017, mas a nomeação do povo de Hong Kong para o Nobel da Paz de 2020, face ao levantamento popular contra uma lei de segurança do Governo chinês, levou Wang Yi a alertar contra qualquer “interferência” nos assuntos internos da China.
“No passado, e hoje, no futuro, a Noruega rejeitará veementemente qualquer tentativa de qualquer pessoa usar o Prémio Nobel da Paz para interferir nos assuntos internos da China (..). Não queremos ninguém que politize o Prémio Nobel da Paz”, acrescentou.
O Prémio Nobel da Paz 2020 vai ser anunciado em 09 de outubro, em Oslo.