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Moradores de Beirute pensaram que se tratava de um ataque com bomba

Inês Lei

O porto de Beirute, capital do Líbano, explodiu esta terça-feira. Rowan Veale, um escocês que se radicou na cidade há sete meses, mora num apartamento a cerca de 2 km do local da explosão. Ao PLATAFORMA descreveu o que sentiu durante o rebentamento. “Estava deitado na cama, a usar o meu telemóvel. Primeiro ocorreu uma enorme vibração no chão, depois um barulho ensurdecedor e por fim o meu edifício tremia por todo o lado”, explicou. Numa primeira análise, Rowan pensou que fosse um terramoto ou até mesmo num ataque com bomba vindo de Isarael.

“A minha casa está separada por uma colina do local da explosão, mas o impacto, ainda assim, foi muito forte. Felizmente, moro do lado oposto ao porto”, desabafou.

O escocês explicou ainda que, imediatamente após a explosão, um grande número de pessoas tentou ligar para o número geral da polícia, mas a linha permanecia ocupada. O caos estava instalado na cidade e os rumores de possíveis bombas em outras cidades começou a circular.

A verdade é que, relembrou Rowan, “clima de guerra é algo que não é estranho aos moradores de Beitute, mas isso jã não sucede há algum tempo”.

A população ficou zangada com a lenta resposta do Governo do país. “O presidente francês Macron anunciou o seu apoio ao Líbano às duas da manhã, mas o primeiro-ministro libanês só falou ao país 14 horas depois. Todos ficaram zangados com a situação.”

O Líbano tem atravessado alguns problemas nos últimos tempos, nomeadamente quedas de energia frequentes, manifestações, depreciação da moesa, alta inflação, entre outros problemas. Muitos negócios deixaram de laborar por causa da Covid-19 e, agora, a situação vai piorar. “No passado, por mais difícil que fosse a situação, ainda havia casas, agora nem isso há.”

A explosão no porto de Beirute matou, até ao momento, 135 pessoas, feriu mais de cinco mil e deslocou, pelo menos, 300 mil habitantes. As autoridades já confirmaram que a causa da explosão se deveu ao excesso de nitrato de amónio nos armazéns portuários.

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