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Terreiros de candomblé em Salvador vão continuar fechados

André Uzêda

Orixás não deixam abrir terreiros na BA por pandemia, dizem líderes religiosos. Isto, apesar da Prefeitura de Salvador ter autorizado retorno de atividades em templos e espaços religiosos.

Mesmo com a autorização da prefeitura para o retorno das atividades em templos religiosos, muitos terreiros de candomblé em Salvador escolheram continuar fechados durante a pandemia do coronavírus.

Os argumentos vão desde preocupação com a saúde das principais lideranças religiosas (geralmente pessoas mais velhas) ao receio de perseguição por “falhas” no protocolo de reabertura e, em muitas casas, até o conselho direto dos orixás.

No Ilê Axé Opô Afonjá, fundado em 1910, foi justamente a voz de Xangô (orixá da Justiça) que prevaleceu entre os reais motivos. Mãe Ana comunicou que não há possibilidade de retomada das atividades neste momento.

“Ela fez uma consulta direta através dos búzios e Xangô disse para não reabrir nada. Não é o momento ainda. Quando o aviso é do orixá não tem o que contestar. Tem que aceitar e pronto”, diz Ribamar Daniel, obá odofin (ministro de Xangô) e presidente da Sociedade Cruz Santa do Afonjá.

Entre os principais terreiros de Salvador, aos 53 anos, Mãe Ana é uma das ialorixás mais novas. Ela sucedeu Mãe Stella de Oxóssi, morta em dezembro de 2018. Quando uma liderança importante morre, a casa fica fechada por um ano (o ritual é chamado de axexê). Mãe Ana foi conduzida ao posto em dezembro de 2019 e, três meses depois, teve que fechar o terreiro por conta da pandemia.

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