Autoridades moçambicanas desmantelam redes de tráfico de pedras preciosas em Cabo Delgado

As autoridades moçambicanas desmantelaram redes de tráfico de pedras preciosas em Montepuez, na província de Cabo Delgado, e apreenderam pouco mais de quatro toneladas de vários minérios, disse hoje à Lusa fonte oficial.
“Estes crimes envolvem cidadãos moçambicanos e estrangeiros e, assim, podemos dizer que estamos perante redes de tráfico de pedras preciosas“, disse Obete Matine, inspetor geral no Ministério dos Recurso Minerais e Energia de Moçambique.
Durante a operação, foram aprendidas pouco mais de quatro toneladas de turmalinas, quartzitos mineralizados a ouro e granadas, além de várias gramas de rubi, curando e águas marinhas.
As pedras foram apreendidas em várias residências e estabelecimentos vocacionadas para venda de outros produtos no município de Montepuez.
A operação juntou a polícia, o departamento de inspeção do Ministério dos Recurso Minerais e Energia e a empresa Montepuez Rubi Mining(MRM), detida maioritariamente pelo grupo Gemfields.
Segundo a mesma fonte, há, pelo menos, dez pessoas envolvidas, entre moçambicanos e estrangeiros, parte destes com documentos fora do prazo.
“Há estrangeiros que já se instalaram na comunidade, casaram-se com mulheres moçambicanas, o que torna o processo para o desmantelamento destas redes complexo”, declarou Obete Matine, acrescentando que a intenção das autoridades agora é garantir uma fiscalização constante.
A MRM, que detém 33 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Montepuez, tem vindo a alertar para as consequências do garimpo ilegal na região, denunciando o que classificou de “escravatura moderna” a que muitos jovens são sujeitos, a mando de traficantes de pedras preciosas no mercado internacional, nas jazidas dentro da concessão da empresa.
Em fevereiro, 11 garimpeiros ilegais morreram devido ao desabamento de terra na mesma mina.