Detenções na Guiné-Bissau aumentam durante estado de emergência

O número de detenções na Guiné-Bissau aumentou durante o estado de emergência naquele país africano, de acordo com informação revelada pela Deutsche Welle
De acordo com esta publicação, registaram-se até ao momento mais de mil detenções na Guiné-Bissau, algumas das quais “em condições desumanas”. “Estimamos uma média de mil detenções que ocorreram ao longo deste período”, revelou à DW o presidente da Associação Juvenil para Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (AJPDH), Vladimir Victorino Gomes.
“Assistimos a detenções diárias de mais de 200 pessoas. As pessoas são detidas e levadas para o Ministério do Interior e para o pátio do Ministério da Defesa, dormem sem qualquer proteção e os mosquitos picam. E as pessoas ao invés de saírem com saúde, saem com outras doenças”, lamenta.
Ainda de acordo também com alguns sociólogos, a atitude dos agentes descredibiliza a instituição policial perante os cidadãos. “Obviamente que corre o risco, aliás já está a ser descredibilizada. E isso não tem nada a ver só com esse período de pandemia, porque há uma falta de preparação do próprio agente para o atendimento público dos problemas e nós sabemos disso”, afirma.
“Há relatórios que falam disso, casos de mulheres, por exemplo, quando são vítimas de agressão doméstica ou quando são vítimas de violação sexual, quando eles [agentes da polícia] têm que atender casos desses, é através de uma forma desumana”, acrescenta.