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Adolescentes viram pedintes para sobreviver em Luanda

Maria Teixeira

“É arriscar ou morrer”, disse uma das adolescentes, de 16 anos de idade, gravida de sete meses, ao jornal OPAÍS, no momento em que vagueava pelos quarteirões da centralidade do Kilamba à procura de alimentos. Apesar de se ter montado nesta centralidade uma cozinha comunitária para atender os mais necessitado, situações como esta ainda são comuns.

A adolescente, encontrada a vaguear pelo Kilamba, disse a OPAÍS que prefere “morrer” pedindo a roubar, ou a não tentar. Se não pedir, não terá o que dar de comer às suas duas irmãs mais novas que a acompanham diariamente nessa jornada. Atendendo ao seu pedido, optamos por identifica-las pelos nomes fictícios de Ângela, Joana e Bela.

O trio vive numa moradia de chapas de zinco, vulgo bate-chapa, erguida num terreno que os seus pais estão a “vigiar” para inibir evasões, no bairro “Cinco Fios”, arredores da centralidade do Kilamba.

Ângela, a mais velha das três, conta que em sua casa vivem sete pessoas. Além dos pais, são quatro meninas e um rapaz, todos irmãos. O membro da sua família mais novo tem oito meses de vida.

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