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Acusações de bilionário a líderes da China atingem acionista chinês da TAP

As acusações de corrupção de um bilionário chinês, exilado nos EUA, a altos quadros de Pequim, atingiram o grupo HNA, acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.

Guo Wengui, que vive num apartamento de 68 milhões de dólares em Manhattan, deixou de ser visto em público em 2014, mas surgiu recentemente nas redes sociais, afirmando ter informações comprometedoras para a liderança chinesa.

Entre os seus alvos consta Wang Qishan, diretor do órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês (PCC), que nos últimos anos puniu mais de um milhão de membros da organização, numa campanha lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

Wang, revela Guo, detém secretamente parte do grupo HNA, um dos maiores conglomerados privados chineses, mas cuja “estrutura acionista é difícil de decifrar”, segundo escreve o jornal The New York Times (NYT).

A empresa detém indiretamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway.

Uma das suas subsidiárias, a Capital Airlines, abrirá em julho o primeiro voo direito entre a China e Portugal.

A alegada ligação da HNA a Wang Qishan explicará a rápida expansão do grupo, desde uma pequena companhia aérea até um conglomerado com importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank.

Este crescimento tem sido apoiado por bancos estatais, que segundo uma estimativa realizada pelo jornal NYT emprestaram já ao grupo 60 mil milhões de dólares, um valor geralmente reservado às firmas estatais que cumprem as diretrizes de Pequim.

A HNA foi fundada em 1993, quando a propriedade privada estava ainda a começar no país asiático.

Seguindo o apelo de Pequim para as empresas do país procurarem negócios além-fronteiras, a HNA alargou os seus investimentos aos setores transporte, logística e retalho, acumulando ativos no valor de 145 mil milhões de dólares.

Num período em que outros grandes negócios de firmas chinesas no exterior têm sido adiados ou cancelados, devido às restrições impostas por Pequim à transferência de capital para fora do país, a HNA tem conseguido manter o fluxo de investimentos.

“No entanto, entender quem controla o grupo HNA é difícil”, escreve o NYT.

“Os seus acionistas estão ocultados por detrás de múltiplas camadas de empresas fictícias, subsidiárias e afiliados no exterior”, acrescenta. 

 

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