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ALEMANHA OTIMISTA EM RELAÇÃO À COOPERAÇÃO ECONÓMICA COM A CHINA

 

Recentemente foi realizada a Conferência Económica de Berlim, organizada pela Câmara do Comércio e Indústria de Berlim e com o apoio da Câmara do Comércio da China em Berlim. Embora a economia chinesa enfrente riscos de declínio, os grupos económicos alemães ainda vêm com esperança a tendência de desenvolvimento económico da China e a cooperação entre os dois países está mais forte do que nunca.

Mais de 200 empresários e importantes figuras políticas do domínio sino-germânico realizaram um debate aprofundado sobre temas como os desafios da urbanização chinesa, o potencial de cooperação entre a Alemanha e a China em matéria de infraestruturas, a importância da cooperação sino-germânica na modernização industrial e a experiência de inovação tecnológica na cooperação entre os dois países. A eficiência energética, o transporte, a proteção ambiental e o investimento foram o foco de atenção das duas partes.

Apesar do crescimento económico da China ter abrandado o passo, o Ministro da Economia alemão Sigmar Gabriel ainda acredita que a cooperação económica entre a China e Alemanha irá continuar ser reforçada. Sobre este assunto, o jornal económico alemão Handelsblatt cita o ministro dizendo: “Acredito que agora é precisamente a melhor altura para uma cooperação sino-germânica.”

Jürgen Fitschen, o Copresidente do Concelho de Gestão do Deutsche Bank, partilha da mesma opinião. Em entrevista ao jornal Handelsblatt comentou que embora o crescimento económico do País do Meio tenha abrandado em relação ao passado, a China está a tornar-se numa economia mais sustentável e saudável.

Em meados de novembro, o Instituto Nacional de Estatística da República Popular da China publicou dados relativos à economia do mês de outubro. A indústria, o investimento e o consumo, entre outros, revelaram números inferiores às expetativas do mercado, atingindo os valores mais baixos do ano. Entre eles, a taxa de crescimento industrial atingiu o segundo valor mais baixo desde a crise financeira, e a taxa de crescimento do consumo foi a mais baixa desde o princípio de 2006; houve um ligeiro abrandamento no investimento imobiliário, de janeiro a outubro o investimento neste setor em todo o país ficou-se pelos 7,722 biliões de yuans, com um crescimento nominal de 12,4%, revelando uma descida de 0,1% em relação ao período entre janeiro e setembro do ano passado. Os números demonstram que o desenvolvimento económico impulsionado pela Troika abrandou em relação ao mês passado, e a pressão para o abrandamento é ainda grande.

Embora estes números tenham levado alguns a criticar a economia chinesa, a Alemanha parece valorizar ainda mais as oportunidades que a reforma económica e o processo de restruturação industrial da China podem trazer.

“O Governo Chinês escolheu um caminho de reformas económicas globais, e um dos principais desafios será a transição de um modelo de crescimento económico com base no investimento para um modelo baseado na inovação tecnológica” declarou o embaixador alemão na China Michael Clauss em entrevista exclusiva ao China Daily. Uma vez que as empresas alemãs são especialistas em inovação tecnológica incluindo o fabrico de produtos de alta qualidade e as energias alternativas, o embaixador alemão diz-se ansioso por poder contribuir para uma maior cooperação entre os dois países.

Para além disso, as expetativas positivas da Alemanha em relação à cooperação sino-germânica também se refletem nos resultados da visita do Primeiro-ministro chinês Li Keqiang à Alemanha no mês passado. Daí resultaram cerca de 50 acordos comerciais e governamentais entre a Alemanha e a China. Os acordos, de comércio e investimento bilateral assim como de cooperação tecnológica, totalizaram 18,1 mil milhões de dólares. Estes documentos de cooperação intergovernamental e contratos comerciais envolvem empresas de alto renome tais como a Airbus, Deutsche Telekom e Volkswagen. Tomando a Volkswagen como exemplo, a empresa alemã, numa dupla abordagem para aproveitar a oportunidade de cooperação com a China, não só irá cooperar com a SAIC Motor investindo na construção de uma fábrica em Xinjiang, como também alargou o período de cooperação com a First Automobile Works até 2041.

Na verdade, a economia doméstica alemã também não está livre de dificuldades. Segundo o mais recente relatório de previsão publicado o mês passado pelo Ministério da Economia alemão, a previsão do crescimento económico para 2014 e 2015 deverá descer dos anteriores 1,8% e 2,0% para 1,2% e 1,3% respetivamente. Isto provavelmente causou preocupação por parte do mercado alemão de que a economia após o declínio do segundo trimestre estivesse a entrar em recessão. Desta forma, a Alemanha está ainda mais ansiosa por acelerar o processo de ocupação do mercado estrangeiro, para através de um impulso nas exportações dar à economia do país a vitalidade de que necessita.

Logo, embora tanto a economia chinesa como a alemã enfrentem dificuldades, a intensificação da cooperação económica e comercial entre os dois países é uma tendência que não vai contra as expectativas e está de acordo com os interesses de desenvolvimento das duas partes. No futuro, a cooperação económica entre a China e a Alemanha irá certamente dar uma nova vitalidade à economia dos dois países.

 

‮‬Zhou Wa

Repórter sediado na Alemanha do jornal China Daily

 

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