Ciclo de violência contra empresários “condiciona o investimento” estrangeiro no país
A Associação da Comunidade Chinesa em Moçambique (ACCM) manifestou-se “apreensiva e agastada ” com a onda de raptos no país, considerando que a situação atual condiciona o investimento de empresários estrangeiros, principalmente chineses em Moçambique.
Em declarações ao Plataforma Macau, em Maputo, o presidente da ACCM, Luís Wong, disse que a onda de raptos que assola as principais capitais provinciais moçambicanas preocupa os investidores chineses, na medida em que, atualmente, não há garantia de segurança para os empresários estrangeiros que investem no país.
“Estamos agastados. Há muito apreensão quanto a isso, uma situação destas deixa qualquer investidor preocupado. O investidor tem de estar presente para acompanhar os seus investimentos, agora, com esta situação dos raptos novamente a surgir, não há mais garantia de que há segurança. Isto condiciona, de certa forma, os investimentos estrangeiros em Moçambique”, alertou.
De acordo com o presidente, a frequente onda de raptos no país, envolvendo, principalmente, empresários e cidadãos de origem asiática, preocupa também a própria Embaixada da China em Moçambique, pelo que, segundo afirma Luís Wong, foi criada recentemente uma espécie de comissão de segurança, numa cooperação entre a Embaixada da China em Moçambique, a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a ACCM, com vista a estudar mecanismos para melhorar a segurança da comunidade chinesa no país.
“Recentemente, houve uma aproximação da Embaixada da China em Moçambique às autoridades policiais moçambicanas. Procurando melhorar o nível de segurança dos cidadãos chineses em Moçambique, criou-se uma espécie de comissão de segurança, composta pela polícia moçambicana, Embaixada da China em Moçambique e a própria ACCM. Estamos a fazer um esforço para manter a segurança dos cidadãos chineses em Moçambique”, assegurou.
Durante cerca de dois anos, vários cidadãos estrangeiros foram raptados em Moçambique. Após mais de seis meses sem registo deste tipo de crime, onda de raptos volta a tomar as principais capitais provinciais moçambicanas desde agosto do corrente ano. Só nos últimos três meses, foram registados três raptos, com destaque para o último caso que envolveu um dos empresários mais proeminentes do país, Momede Bachir.
Estêvão Azarias Chavisso, Maputo