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Ministro diz que crime organizado pode estar a infiltrar-se no governo de Timor-Leste

Um alto funcionário responsável pela agência nacional de inteligência tornou públicas alegações explosivas de que instituições timorenses estariam a ser alegadamente compradas pelo crime organizado.

Nelson Moura

As suas preocupações surgem após um relatório recente da ONU que descreve com detalhes vívidos uma tentativa sofisticada de figuras ligadas a gangues da tríade na China e no Sudeste Asiático de alegadamente estabelecer uma base de operações na região timorense de Oecusse-Ambeno.

Agio Pereira é o ministro timorense da Presidência do Conselho de Ministros e um dos políticos mais poderosos do seu país.

A 21 de setembro, Pereira publicou no Facebook aquilo a que chamou “Manifesto pela Defesa de Timor-Leste”. Nele, afirma ter “provas inegáveis ​​e contundentes” de que 45 milhões de dólares (68 milhões de dólares australianos) foram trazidos (em alguns casos, de avião) para o país por “sindicatos criminosos transnacionais do Camboja, Malásia, Macau e Hong Kong”.

O ministro diz que o dinheiro terá sido usado para influenciar as entidades reguladoras a conceder “licenças fraudulentas” e a estabelecer “enclaves protegidos” onde “jogos de azar ilegais, centros de burla cibernética e tráfico de pessoas poderiam operar sob proteção estatal”.

Em resposta às alegações, o Presidente José Ramos-Horta disse:

“Sempre disse que Timor-Leste não tem crime organizado nacional. […] Mas Timor-Leste, sendo ainda um país frágil, é muito atractivo para o crime organizado da Ásia. Tenho plena confiança nas nossas autoridades, com o apoio da Polícia Federal Australiana e da polícia indonésia, para enfrentar os desafios do crime organizado”, revelou.

O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão também reagiu com moderação às alegações. Disse aos meios de comunicação locais que Pereira teria a oportunidade de levantar a questão diretamente com o governo.

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