Na longa noite de 8 de novembro de 2016, a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, teve um momento fugaz de liderança contra Donald Trump, que acabaria por vencer as eleições. Foi quando os 55 votos da Califórnia no Colégio Eleitoral iluminaram a porção azul do ecrã, colocando Clinton temporariamente à frente. A dianteira não durou muito, porque apesar de ter mais eleitores e mais votos no Colégio Eleitoral que qualquer outro estado, a Califórnia não resolve eleições nos Estados Unidos. A escolha dos eleitores californianos é irrelevante no grande quadro eleitoral por causa do complexo sistema vigente, que torna alguns milhares de votos em estados críticos, como Geórgia e Wisconsin, mais consequentes que 20 milhões de votos na Califórnia.
Esta aparente incongruência ajuda a explicar porque é que, apesar de ser um estado gigantesco com 39 milhões de pessoas, que vota democrata há décadas, a Califórnia nunca produziu um candidato presidencial democrata e, como tal, nunca produziu um presidente democrata. Kamala Harris, que será consagrada oficialmente na Convenção Democrata em Chicago, a partir de 19 de agosto, será a primeira californiana a tentar chegar à Casa Branca pelo partido.
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