María Corina Machado sublinha que o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho “não é negociável” nem a “soberania popular” que, afirma, deu o seu apoio maioritário ao candidato da oposição, Edmundo González.
“Na mente de quem se pode realizar outra eleição? Aqui já houve uma, nos termos do regime, com uma campanha absolutamente desigual (…). As atas que temos são documentos oficiais da CNE [Conselho Nacional Eleitoral] e, segundo as suas regras, vencemos, o mundo sabe que vencemos”, reitera a líder da oposição venezuelana.
Numa entrevista publicada ontem no jornal espanhol El País, Corina Machado disse que “o desafio é fazer com que Maduro entenda que a sua melhor opção é aceitar os termos de uma transição negociada”, solução com a qual, como ele expressa, “muitos países, muitos governos estão alinhados”.
“Acredito que é uma posição que une todos os países do mundo quando dizem que devemos ter uma verificação imparcial das atas”, afirmou, acrescentando que os que estão nas mãos da oposição “estão à disposição de quem quiser analisá-los, verificá-los”.
“Podem fazê-lo já”, acrescentou, apontando para uma “base de dados aberta”. Já sobre Maduro, disse que “podemos agora falar de transição” mas não tanto “de negociação”. “Para que haja negociação é necessário que ambas as partes queiram (…). É uma negociação para a transição, não para a partilha do poder ou de outras ideias que surgiram”, disse.
Paralelamente, a tarefa é “deter a repressão” que Maduro exerce sobre a sociedade civil. “Estamos a falar de Maduro, que se vangloria diariamente de ter mais de 2.000 detidos, estão a tirar testemunhas eleitorais das suas casas, procuram quem foi voluntário no dia das eleições”, descreveu.
Nesta linha de pensamento, a líder da oposição na Venezuela admitiu até que possa ser presa, bem como o candidato da oposição Edmundo González.
“Na Venezuela tudo é possível, sinto que no seu desespero Maduro escolheu o caminho mais perigoso, entrincheirando-se, cercando-se de um alto comando militar. Acho que é um grande erro da sua parte e um enorme risco para os venezuelanos”, afirmou.
Plataforma com Lusa