“Fiquei assustado com essa afirmação”, disse Lula da Silva numa entrevista a correspondentes estrangeiros citada pela Efe, na qual revelou ter falado duas vezes com Maduro para o avisar que, “se quiser contribuir para a resolução do problema do crescimento da Venezuela e do regresso daqueles que saíram [do país], tem que respeitar o processo democrático.”
Lula da Silva acrescentou que, na democracia, “quem perde recebe um banho de votos, não um banho de sangue” e que “Maduro tem que aprender que quando você ganha você fica, e quando você perde você sai e se prepara para outras eleições”.
Segundo o Presidente brasileiro, as eleições de domingo serão “a única oportunidade” para a Venezuela voltar à normalidade e para o país se reintegrar na comunidade regional e internacional.
“É isso que desejo para a Venezuela e para toda a América do Sul”, acrescentou.
O chefe de Estado brasileiro acrescentou que, além dos dois observadores que a justiça eleitoral brasileira enviará, decidiu que também irá à Venezuela o seu ex-chanceler e atual assessor de Assuntos Internacionais, Celso Amorim, que estará presente nas eleições de domingo.
Lula da Silva sempre defendeu eleições no âmbito dos Acordos de Barbados, com plena participação da oposição e com resultados reconhecidos por todos.
Também defendeu uma grande presença de observadores internacionais e manifestou a sua preocupação pública com o veto da oposicionista María Corina Machado, posteriormente substituída como candidata pelo ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que as sondagens colocam como favorito para as eleições presidenciais na Venezuela no próximo domingo.