A acusação indica que o ex-presidente do Banco Chinês de Macau, Yau Wai Chu e o empresário Lau Hoi Kwai são acusados de liderar um grupo criminoso que alegadamente usou documentos falsificados e planos de projeto fictícios para defraudar o banco a conceder empréstimos entre setembro de 2017 a abril de 2022, empréstimos estes que foram depois usados para fins diferentes das aplicações originais.
Yau Wai Chu, com os funcionários do banco Ng Man Un e Cheang Chak Chong, facilitaram o processo de aprovação de empréstimos, concedendo vários empréstimos que excediam os limites legais e a autoridade de aprovação interna do banco.
Segundo o jornal Macau Daily News, apesar das empresas envolvidas terem múltiplos empréstimos vencidos, conflitos de interesses, garantias insuficientes e falta de contas dedicadas para rastrear os fundos dos projetos, esses pedidos de empréstimo foram mesmo assim aprovados.
Lau Hoi Kwai, com familiares e parceiros, alegadamente estabeleceu também várias empresas, produzindo documentos falsos de projetos, aquisições e planos de cooperação para solicitar empréstimos bancários. Essas empresas eram efetivamente controladas por Lau Hoi Kwai e outros arguidos, incluindo a sua amiga e empresária Bobo Ng.
Após obter os empréstimos com esses documentos falsos, os fundos foram transferidos via cheques ou usados para outros empréstimos. Apesar de saber que os documentos eram falsificados, os funcionários do banco, incluindo Yau Wai Chu, aprovaram esses empréstimos múltiplas vezes, causando ao Banco Chinês de Macau uma perda de 456 milhões de patacas.
Yau Wai Chu, Ng Man Un, Cheang Chak Chong, Bobo Ng, Liu Haiqin, irmã de Lau Hoi Kwai, e o ex-executivo do Banco Chinês de Macau, Cen Jialiang, foram detidos e deveriam comparecer ao tribunal hoje para o início do julgamento que acabou por ser adiado. Nove outros réus, incluindo Lau Hoi Kwai, estão atualmente em parte incerta.