A rescisão do contrato com a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, S.A. foi revelada numa ordem executiva do chefe do Governo, Ho Iat Seng, publicada hoje no Boletim Oficial da região, mas datada de 9 de janeiro.
Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Conselho Executivo, André Cheong Weng Chon, disse que a concessão, que tinha sido prorrogada por mais 24 anos no final de 2018, vai terminar a 1 de abril deste ano, com a companhia a ter até março de 2025 para transferir os seus quase 300 cavalos para fora de Macau.
O dirigente revelou que a empresa, conhecida como Macau Jockey Club (MJC), solicitou em 2023 a rescisão de contrato devido às “dificuldades de exploração”, um pedido aceite pelo Governo “após um estudo aprofundado”.
Numa curta conferência de imprensa na pista de corridas sem direito a perguntas, representantes da companhia liderada por Angela Leong, viúva do magnata Stanley Ho e também diretora da Sociedade de Jogos de Macau, revelaram que o acordo para a rescisão da concessão foi assinado com as autoridades esta manhã.
Rui Cunha, Administrador e Secretário da Sociedade do Jockey Club de Macau indicou que apesar das “dificuldades financeiras” desde a reestruturação da concessionária em 1991, esta sempre se pautou pelo princípio de diversificação da indústria do jogo de maneira a apoiar o desenvolvimento do turismo e da economia de Macau”.
“De facto a MJC teve prejuízos acumulado desde sempre de 2,5 mil milhões de patacas. No entanto, o espaço para o desenvolvimento da atividade de corrida de cavalos em Macau tem vindo a reduzir-se continuamente acrescentando os três anos da pandemia, fazendo com que a companhia permaneça numa situação de prejuízo,” disse Cunha.
A pista de corridas tem enfrentado diversos problemas financeiros nos últimos anos. Em 2018, o Governo de Macau revelou que o Jockey Clube devia ao Estado cerca de 150 milhões de dólares em impostos. Mesmo assim, uma extensão de 24 anos e meio à concessão da pista de corridas até 2042 foi concedida.
A pista de corridas chegou a registar prejuízos acumulados de 2.1 mil milhões de patacas até 2022, um aumento de cerca de 200 milhões de patacas face ao período homólogo do ano anterior, com as receitas das corridas de cavalos a cair de 47 milhões de patacas, em 2022, para 39 milhões de patacas, em 2021.
As apostas em corridas de cavalos contribuíram com 22 milhões de patacas para a receita bruta do jogo no primeiro semestre do ano, com a receita bruta global do jogo de Macau a atingir 80,4 mil milhões de patacas nos primeiros seis meses de 2023.
No ano passado foi reportado que as autoridades de Macau teriam proibido a pista de corridas de importar cavalos e de aceitar apostas de fora da cidade, com o encerramento da pista discutido, mas negado pelas autoridades, que acabaram por aprovar aprova temporada 2023/2024 do Jockey Clube de Macau.