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Transações suspeitas nos casinos subiram 170 por cento

O número de transações suspeitas registadas em casinos de Macau nos primeiros nove meses de 2023 subiu 170% em termos anuais, com as receitas de jogo na região chinesa em forte recuperação após a pandemia.

O Gabinete de Informação Financeira (GIF) revelou que as seis operadoras de casinos em Macau submeteram, no total, 2.335 participações de transações suspeitas de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo, até ao final de setembro.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, o GIF sublinhou que, no mesmo período de 2022, tinha recebido 866 participações.

O gabinete aponta “o aumento no número de participações de transações suspeitas submetidas pelo setor do jogo” como a principal razão para um aumento de 89,5% no número total de transações suspeitas.

Nos primeiros nove meses deste ano, o GIF recebeu 3.178 participações, sendo que 73,5% vieram das concessionárias de casinos, enquanto 19,4% vieram de bancos e seguradoras e 7,1% de outras instituições e entidades.

Os setores referenciados, incluindo lojas de penhores, joalharias, imobiliárias e casas de leilões, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transação igual ou superior a 500 mil patacas (cerca de 59 mil euros).

Com o fim das restrições devido à pandemia, as receitas do jogo em Macau, entre janeiro e setembro, mais que quadruplicaram em termos anuais, atingindo 128.9 mil milhões de patacas (15.1 mil milhões de euros).

Valores que permanecem longe do registado antes da pandemia, em parte devido à quebra do chamado jogo VIP (grandes apostas), após a detenção, em novembro de 2021, do líder do maior angariador de apostas VIP do mundo.

O antigo diretor executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em janeiro a 18 anos de prisão por branqueamento de capitais, num caso que fez cair de 85 para 46 o número de licenças de promotores de jogo, conhecidos como ‘junkets’, emitidas em Macau.

Em março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA disse que a detenção de Chau “põe em dúvida o futuro do negócio dos ‘junkets’ e das atividade ilícitas que eles muitas vezes facilitam”.

No entanto, no documento designou-se Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial.

Segundo o relatório anual do GIF, Macau era o único membro do Grupo Ásia-Pacífico Contra o Branqueamento de Capitais que cumpria “todos os 40 padrões internacionais” sobre a prevenção da lavagem de dinheiro, do financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa.

O GIF de Macau assinou acordos para a troca de informação com 29 países e territórios, incluindo a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária de Portugal, em 2008, a Unidade de Informação Financeira do Banco Central de Timor-Leste, em 2018, e, em 2019, o Conselho de Controlo de Atividades Financeiras do Brasil e a Unidade de Informação Financeira de Cabo Verde.

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