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Abrandamento económico mundial e taxas de juro condicionam imobiliário em Macau -agência

Lusa

Uma imobiliária de Macau afirmou hoje que a abertura das fronteiras após a pandemia “impulsionou significativamente” o arrendamento comercial no território, apesar do abrandamento da economia mundial e a subida das taxas de juro terem afetado o setor.

“Apesar da recuperação económica de Macau ter estabilizado, a subida das taxas de juro, o abrandamento da economia mundial e abrandamento da recuperação económica na China continental pesam sobre o mercado imobiliário em Macau”, referiu o diretor da JLL Macau Mark Wong, numa conferência de imprensa para apresentar uma análise do setor entre janeiro e junho deste ano.

Os investidores “continuam a adotar uma atitude de esperar para ver em relação ao mercado imobiliário”, constatou.

A JLL disse que o mercado de arrendamento de imóveis residenciais em Macau “beneficiou do regresso de trabalhadores expatriados” ao território após o levantamento, no início do ano, das medidas antipandémicas.

As rendas dos imóveis de luxo subiram 13,7% na primeira metade de 2023, enquanto dos restantes imóveis o aumento fixou-se em 8,2%.

Apesar disso, “as vendas das casas permanecerem num mínimo histórico”, salientou o diretor-geral da JLL para Macau e Zhuhai, Oliver Tong.

“Embora os preços das casas tenham registado um crescimento moderado no primeiro semestre de 2023, os atuais indicadores de mercado não são favoráveis ao mercado imobiliário e o preço das casas caiu mais de 10% em relação aos níveis anteriores à pandemia”, indicou.

No que diz respeito ao setor comercial, a agência referiu que o valor das rendas de principais lojas de rua recuperou 9,5% em termos homólogos no primeiro semestre do ano.

“O comportamento de compra e as preferências dos turistas alteraram-se após a reabertura das fronteiras. Por isso, a procura de arrendamento de imóveis para venda a retalho é principalmente impulsionada por comerciantes de farmácias, [de lojas de] recordações, de marcas do mercado de massas e de alimentação e bebidas”, disse Tong.

O diretor frisou que as marcas de luxo “começaram a regressar gradualmente ao mercado retalhista, mas continuam cautelosas em relação ao mercado”.

Por outro lado, “o Governo aumentou recentemente o prémio [de concessão] dos terrenos, o que poderá reduzir drasticamente os lucros dos promotores imobiliários e, consequentemente, afetar o mercado dos terrenos”, acrescentou Mark Wong, calculando que o investimento no imobiliário “se mantenha moderado” no segundo semestre do ano.

Macau que adotou, à semelhança da China, a política ‘zero covid’, levantou no início de 2023 as rigorosas restrições antipandémicas adotadas ao longo de quase três anos.

Dados oficiais indicaram que o produto interno bruto (PIB) da região administrativa especial chinesa atingiu 74,1 mil milhões de patacas (8,6 mil milhões de euros) nos primeiros três meses de 2023, subindo 38,8% em relação ao período homólogo de 2022.

Além disso, o território recebeu 11,64 milhões de turistas no primeiro semestre do ano, valor que representa um aumento de 236,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

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