Partido Popular (PP) é o grande vencedor das eleições municipais e regionais em Espanha, com mais 400 mil votos que o Partido Socialista (PSOE). O PP garantiu a maioria absoluta em Madrid, tanto na Câmara Municipal, como no Governo Autonómico, e conseguiu roubar ainda alguns feudos importantes da esquerda no resto do país.
Na capital espanhola, os conservadores arrasaram: Isabel Díaz Ayuso, como se esperava, mantém o governo da região com maioria absoluta e mais de 70 deputados. A Câmara Municipal madrilena também será governada pelo PP, com uma maioria absoluta inesperada de José Luis Martínez-Almeida, que não previa uma vitória tão expressiva.
Além da capital, o PP consegue arrebatar também alguns governos chave à esquerda. Sevilla deixa de ser socialista e passa para as mãos do PP e Valência, até agora governada pelo partido de esquerda Compromis, também passa para os populares.
O PSOE também não conseguiu assegurar a Câmara Municipal de Barcelona, onde as projeções davam a vitória a Jaume Collboni. Contra todos os prognósticos a vitória foi para Xavier Trias, do partido independentista Junts per Catalunya.
Esta viragem à direita do país assenta também na consolidação do partido de extrema-direita, Vox, que entra em quase todos os parlamentos, até em regiões tradicionalmente de esquerda, como a Catalunha. O partido de extrema-direita pode mesmo ser decisivo na formação de alguns governos por parte do PP.
Outro dado importante é o resultado do Bildu no País Basco, que consegue os seus melhores resultados de sempre. A força independentista basca – que integra uma facção ligada ao antigo grupo terrorista ETA – foi a mais votada na cidade de Vitória. Protagonista de uma das polémicas da campanha, ao integrarem sete ex-terroristas nas listas eleitorais, obrigados a renunciar ao mandato perante a pressão social, o Bildu é um dos grandes vencedores da jornada, ultrapassando o Partido Nacionalista Basco, tradicionalmente o mais votado na região.
Os grandes perdedores da jornada foram o Podemos e o Ciudadanos. O Podemos desce a sua presença em todo o país e fica fora da Câmara Municipal de Madrid. No caso dos liberais, os resultados podem marcar o seu desaparecimento definitivo.
No que diz respeito às Comunidades autónomas o PP arrebata o da Comunidade Valenciana, governada pelo socialista Ximo Puig desde 2015. O mesmo acontece em Aragão, Baleares y La Rioja.
Ao longo da campanha eleitoral. Alberto Nuñez Feijóo, líder dos populares, fez destas votações um referendo a Pedro Sánchez e é de esperar que siga a mesma estratégia nos próximos meses.
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