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Um zumbido no ouvido esquerdo persegue o operário aposentado José Vicente Correa dia e noite. Aos 86 anos, o barulho impertinente não só é um incômodo, mas também uma lembrança dos dias que ele tenta, em vão, esquecer. E para os quais ele hoje busca reparação na Justiça.
Foi em 29 de janeiro de 1970 que a casa onde viviam ele, sua mulher, seus dois filhos e sua mãe foi invadida por homens armados. Fazia três dias que a família dividia o domicílio de dois cômodos no bairro de Pirituba, zona norte de São Paulo, com Carlos Alberto Savério, conhecido como Adilson.
Correa o havia conhecido em reuniões do movimento sindical em fábricas de Suzano, na Grande São Paulo, onde vivia e trabalhava. “Sem greve, não tinha aumento de jeito nenhum”, justifica ele.
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