Uma rara manifestação envolvendo nacionais chineses teve lugar em Lisboa, em solidariedade para com a onda de protestos em oposição às atuais medidas de prevenção pandémica na China.
Cerca de uma dúzia de nacionais chineses esteve presente na Praça Dom Pedro IV, em Lisboa, a 3 de dezembro, para uma vigília em homenagem às 10 vítimas de um incêndio mortal na capital de Xinjiang, Urumqi. Tudo começou a partir de um grupo de Telegram, com cerca de 50 nacionais chineses.
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Enfrentando o frio, um pequeno e tímido grupo – muitos deles jovens – pediram o fim das medidas de prevenção pandémica mais restritivas, apelando também para o aumento das liberdades cívicas no país.
Nas mãos envergavam também aquele que se tornou o símbolo dos protestos recentes, papeis em branco representando a impossibilidade de exprimir a sua opinião na China. Uma ação que já levou o movimento a ser apelidado de “Revolução A4”.
Apesar de ser um protesto público, nenhum dos participantes aceitou falar abertamente aos meios de comunicação com o seu nome verdadeiro, cara destapada e voz não alterada.
Alguns dos participantes inicialmente aceitaram prestar declarações ao PLATAFORMA, retrocedendo ao aperceberem-se que seria para um órgão de comunicação da RAEM.
“As pessoas não querem ser entrevistadas, isso é compreensível. Há muitos manifestantes no exterior que mostram a cara e depois as suas famílias na China são ameaçadas, e é isso que está a acontecer,” indicou um dos apoiantes ao PLATAFORMA, através do Telegram.